Solteiríssima
Foto: divulgação
Círculos
Num piscar de olhos, caminhamos para o sol.
Sei que constar num texto que se pretende crítica teatral a expressão gostei/não gostei é fatal. Mas dou a essa análise a chance de morrer perigosamente mantendo, assim, a idéia de dizer que GOSTO DE CÍRCULOS. E é neles que Solteiríssima se baseia e, por isso, os anuncia.
Ficha Técnica:
Autor: Renata Peppl
Elenco: José Alessandro,
Juliane Bitencourt, Lucas Krug, Renata Peppl
Direção: Tiago Melo
Círculos
Mais para encontrar que possa ser encontrado.
Mas o sol girando na altura além do sol do safári
Permanece maravilhoso e pequeno na sua volta sem fim.
Mas o sol girando na altura além do sol do safári
Permanece maravilhoso e pequeno na sua volta sem fim.
Sei que constar num texto que se pretende crítica teatral a expressão gostei/não gostei é fatal. Mas dou a essa análise a chance de morrer perigosamente mantendo, assim, a idéia de dizer que GOSTO DE CÍRCULOS. E é neles que Solteiríssima se baseia e, por isso, os anuncia.
Sem que fiquemos no básico dizer sobre a estrutura dramática dessa comédia, que se conta num grande círculo, terminando por onde começou, chamo a atenção de quem me lê para a observação de como a história se conta espacialmente.
Lugar cênico: o espaço na relação ator – público. Renata Peppl, a protagonista, desenha um círculo no chão do palco. Começa no centro ao fundo, vem para à direita na frente, vai para a esquerda da frente, volta para o fundo e, assim, gira. Com ela, através da personagem Suzana, os demais atores: José Alessandro, Juliane Bitencourt e Lucas Krug e os muitos personagens de cada um. Com um cenário composto apenas de elementos cênicos sem nenhuma informação que não seja suas próprias utilidades, os objetos entram e saem dos locais que ocupam o espaço como se fosse uma roda, um relógio. Peppel nunca sai de cena, conduzindo a peça, se comunicando diretamente com o público, sob os refletores.
Espaço cênico: o lugar na relação personagem – narração. Suzana conta as suas desventuras enquanto uma mulher que encontrar um marido. Vemos o namorado da escola, o noivo aventureiro, o homem casado, o blind date, o bonitão gago, o vendedor de loja e o personal trainer. Uma a uma, as histórias vão sendo cenicamente contadas e, em todas elas, há um reinício a partir da anterior. Mini círculos que vivem dentro de um grande círculo. Sob o sol, há mais para encontrar que se possa ser encontrado.
A história escrita pela própria atriz principal encontra a direção de Tiago Melo e esse namoro dura nove anos com muito sucesso. Registra-se a crise da cena do motel em que o ritmo cai vertiginosamente na funcionária que demora para atender o casal que pede um quarto. A graça perde-se e vai embora. O espetáculo só não se torna ruim porque o fim dele está bem próximo felizmente. As boas risadas dadas, a fácil identificação com histórias reais, as boas interpretações dos atores fazem com que repensemos o espetáculo e façamos com ele as pazes após a briga. Tudo termina bem ou, assim, recomeça.
Assim, são os relacionamentos que vamos tendo na vida. Mesmo os duradouros são providos de pequenas voltas em seu próprio eixo. Cabe a nós descobrirmos os eixos dos relacionamentos que mantemos e girar em volta deles.
Como numa volta sem fim.
Espaço cênico: o lugar na relação personagem – narração. Suzana conta as suas desventuras enquanto uma mulher que encontrar um marido. Vemos o namorado da escola, o noivo aventureiro, o homem casado, o blind date, o bonitão gago, o vendedor de loja e o personal trainer. Uma a uma, as histórias vão sendo cenicamente contadas e, em todas elas, há um reinício a partir da anterior. Mini círculos que vivem dentro de um grande círculo. Sob o sol, há mais para encontrar que se possa ser encontrado.
A história escrita pela própria atriz principal encontra a direção de Tiago Melo e esse namoro dura nove anos com muito sucesso. Registra-se a crise da cena do motel em que o ritmo cai vertiginosamente na funcionária que demora para atender o casal que pede um quarto. A graça perde-se e vai embora. O espetáculo só não se torna ruim porque o fim dele está bem próximo felizmente. As boas risadas dadas, a fácil identificação com histórias reais, as boas interpretações dos atores fazem com que repensemos o espetáculo e façamos com ele as pazes após a briga. Tudo termina bem ou, assim, recomeça.
Assim, são os relacionamentos que vamos tendo na vida. Mesmo os duradouros são providos de pequenas voltas em seu próprio eixo. Cabe a nós descobrirmos os eixos dos relacionamentos que mantemos e girar em volta deles.
Como numa volta sem fim.
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Ficha Técnica:
Autor: Renata Peppl
Elenco: José Alessandro,
Juliane Bitencourt, Lucas Krug, Renata Peppl
Direção: Tiago Melo
1 Comentário:
Bacana... achei interessante a crítica e valu por ter ido assistir!
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