Casadíssima
Reza a lenda que casar é transformar dois em um. Unir até que a morte separe. Sim, Porto Alegre aceitou a mão de Renata Peppl...
...na saúde e na doença...
O carisma de Renata é o que há de mais saudável na peça, seguido da sutil interpretação de Alexandre Scapini por quem, homens ou mulheres, nos apaixonamos. Vítima de Suzana, o maridão Ricardo, fora das neuroses da esposa, bóia em quase tudo o que ela tem dúvida e está certo de que a vida é boa como está e como é. Alexandre quase não mexe os olhos, seus movimentos são contidos, sua respiração é segura. O espaço que isso causa é ocupado por Renata que, docemente, preenche as cenas se movimentando com leveza, com graça e com muita firmeza.
Não é só a mãe bêbada de Simone que não é saudável. Doente é toda e qualquer escapada que esse roteiro feito para ser bom dá em direção ao escatológico. Cena de vômito, segue a de peido. Caganeira, tirar tatu de nariz e limpar orelha são momentos mal engraçados que tomam o lugar de outros momentos bem engraçados.
... na riqueza e na pobreza...
Os figurinos são simples, o cenário mais ainda. Luz e trilha são adequados no seu destino de não aparecer fazendo outros elementos brilharem. É rica a estética de Casadíssima com um programa tão bem cuidado, com momentos tão plenos como o da serenata, em que bonecos aparecem sem fazer desaparecer a força de Suzana em pessoa. É a cena mais rica de todas e explorada em todos os sentidos.
Pobres são as perucas mal penteadas e a ausência de um figurino que diferencie o contra-regra. Toda vez que ele entra, por usar um figurino parecido com os demais atores, dá a impressão de que algo, com ele, acontecerá. A maquiagem deixa a desejar. Paupérrimo, no entanto, são as contruções da mãe de Simone e de sua amiga, de Marieta e da cliente de Ricardo. Se tirarmos os peitos da amiga, o cigarro da mãe, o problema na perna da cliente e o ombro de Marieta, nada fica desses personagens tão desperdiçados.
... na alegria e na tristeza...
É uma alegria ver uma platéia tão cheia! Fazia anos que eu não precisava sentar na última fileira do Sesc!Fora ouvir os comentários nos corredores e banheiros, citando a peça como um dos melhores programas do verão. Parabéns!!
Triste é não ter visto, ainda, Solteríssima.
Até que a morte os separe!
O beijo final eu deixo para a forma como a história termina. Mas isso, só casando para saber!
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ELENCO:
Renata Pepp
lAlexandre Scapini
José Alessandro
Juliane Bitencourt
Amanda Oliveira
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FICHA TÉCNICA:
Texto: Renata Peppl
Direção Cênica: Tiago Melo
Direção de Produção RS: José Alessandro
Direção de Produção RIO: Israel Linhares
Produção Executiva RIO: Ricardo Leal
Trilha Sonora Pesquisada: Tiago Melo
Cenário: José Alessandro
Figurino: Tem Inço na CoxiaI
luminação: Anilton Souza / Tiago Souza
Sonoplastia: Gabriel Souza / Tiago Souza
Efeitos Sonoros: Jean Presser
Cenotécnico: Maurício Mendes Nunes e Antonio Pereira e Silva
Contra-regragem: Marcos Guimarães
Fotografias: Elias Eberhardt
Projeto Gráfico e web: José Alessandro
Divulgação no RS: José Alessandro e Renata Peppl
Assessoria de Imprensa RJ: Dulce Siqueira
Assessoria de Imprensa RJ: Dulce Siqueira
1 Comentário:
Legal sua crítica. Se possível, corrige o noma da protagonista: SUZANA e não Simone como vc colocou.
Abração,
José Alessandro
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