tag:blogger.com,1999:blog-72541314312164187492024-03-20T21:54:21.364-07:00Porto Alegre: crítica teatralRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.comBlogger227125tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-1500360689173075492024-02-26T16:54:00.000-08:002024-02-26T16:54:39.335-08:00Sangue e pudins (RS)<p><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; white-space-collapse: preserve;">Foto: divulgação</span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-i0VKLNcxAzzhbqAVlqaxKx3D-0qulQFMN4PWT38jKnl28jHumjgiMgAV6UAlfGdoZyFDFZqrjMYtwuszsP7M-IG0N3yu6eEXEcKpevnxnOOTxvcs31sGGuPUIpzpYAVv8XCOqUYsXWNnNfxoy7CRTSEZaV3oih0nvi2kWWlZekybcBH6EBDVO4bFDVVC/s935/WhatsApp%20Image%202024-02-26%20at%2020.54.44.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="686" data-original-width="935" height="294" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-i0VKLNcxAzzhbqAVlqaxKx3D-0qulQFMN4PWT38jKnl28jHumjgiMgAV6UAlfGdoZyFDFZqrjMYtwuszsP7M-IG0N3yu6eEXEcKpevnxnOOTxvcs31sGGuPUIpzpYAVv8XCOqUYsXWNnNfxoy7CRTSEZaV3oih0nvi2kWWlZekybcBH6EBDVO4bFDVVC/w400-h294/WhatsApp%20Image%202024-02-26%20at%2020.54.44.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Elison Couto e Li Pereira</td></tr></tbody></table><span id="docs-internal-guid-9c55abb2-7fff-3224-0a00-06d407f5381a"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: x-large;"><b>De um lado, belo texto. De outro, belo espetáculo</b></span></span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">“Sangue e pudins” é a mais nova produção teatral dirigida por Luciano Alabarse, um dos diretores mais conhecidos e respeitados do sul do Brasil. Trata-se de uma releitura da peça teatral “Shopping and fucking”, do inglês Mark Ravenhill (1966), pincelada com trechos do romance semi autobiográfico do americano Brontez Purnell (1982) “Johnny, would you love me if my dick were bigger?”. Muito bom sob vários aspectos, o espetáculo pauta questões que envolvem consumismo, (homos)sexualidade, solidão e relações humanas, mas é principalmente uma homenagem aos anos 90. Angela Spiazzi (Lulu), Elison Couto (Gary), Jaques Machado (Robbie), Li Pereira (Mark) e Pingo Alabarce (Brian) estão no elenco apresentando boas interpretações, com destaque para os ótimos trabalhos de Spiazzi e sobretudo de Couto, esse último que, como normalmente, abrilhanta as peças nas quais atua. O trabalho estreou em janeiro de 2024 e pretende voltar à cena em abril ainda desse ano. É bem interessante conferir.</span></span></p><span style="font-size: large;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;"><b>O ótimo casamento entre “Shopping and fucking” e “Johnny”: a adaptação de Alabarse.</b></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O enredo de “Sangue e pudins” mantém quase que em sua integridade o de “Shopping and fucking”, peça escrita em 1995 e que foi um hit em Londres em 1996. No Brasil, houve uma primeira montagem em 1999 dirigida por Marco Ricca; uma segunda, em 2007, por Fernando Guerreiro; e uma terceira, em 2016, por Jopa Moraes.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Um dia, em um supermercado, o rico Mark (Li Pereira) compra dois jovens de sua idade: Lulu (Angela Spiazzi) e Robbie (Jaques Machado). Juntos, os três formam um certo de tipo de família, andando sempre juntos em festas, orgias, todo o tipo de experiência que envolve comida, drogas, sexo e música. Quando a história começa, Mark, recém diagnosticado como portador do HIV, não está bem de saúde, provavelmente em função de mais uma noitada de bebidas e heroína. Então, por sua própria conta, decide abandonar Lulu e Robbie (com quem tem uma relação afetiva um um pouco mais profunda) e ir para uma clínica de reabilitação. A partida do “provedor da casa”, deixa os dois em apuros: é preciso sustentarem-se. E, assim, comida congelada passa a fazer parte da rotina. Em busca de uma oportunidade, Lulu vai a uma agência de atores. Lá ela se encontra com Brian (Pingo Alabarce) e recita para ele um lindo trecho de “O canto do cisne” (1887), do russo Anton Tchekhov. Ele, porém, tem outro trabalho em mente para a desempregada. Sem outra opção, ela aceita, mas seu roommate Robbie (Jaques Machado) acaba estragando tudo e criando, para a dupla, um problemão fenomenal.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Do outro lado da narrativa, “Sangue e pudins” desenvolve uma trama paralela. Tendo sido sempre, desde muito criança, violado de todas as formas por parentes e pessoas estranhas, Gary (Elison Couto) hoje é um jovem michê (garoto de programa). Seu fantasma maior é seu padrasto, aquele que mais vezes o estuprou. Na adaptação de Alabarse de “Shopping and fucking”, o personagem Brian é o mesmo que “contrata” Lulu (no original de Ravenhill, não). Brian, uma espécie de “príncipe das trevas” no original, é apaixonado por “The lion king”, mas aqui ressalta a música como a maior criação de Deus. E, ainda na comparação com o original, Mark é expulso do centro de reabilitação, enquanto aqui, em “Sangue e pudins”, ele afirma mais de uma vez que saiu do lugar por sua própria vontade.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Ao voltar ao apartamento que dividia com Lulu e Robbie, Mark não é bem recebido. E suas novas decisões de vida o fazem encontrar-se com Gary, de modo que é, nesse momento, que as duas pontas de “Sangue e pudins” se unem. Ainda que Gary tenha cenas muito marcantes, é Robbie o personagem mais bem desenvolvido por Ravenhill mesmo na adaptação de Luciano Alabarse.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Contemporânea do musical “Rent”, de Jonathan Larson; e da peça “Closer”, de Patrick Marber, o texto “Shopping and fucking” envelheceu. Seus personagens são os jovens adultos frutos do neoliberalismo de Margareth Thatcher e Ronald Reagan que atormentaram suas infâncias. De um lado, a comida e o amor congelados; de outro, as drogas e o sexo como fantasmas assassinos. Essa dualidade já hoje em dia exige muita força para ser comparada com o mundo pós internet. Em outras palavras, é difícil trazer aquelas questões para o hoje sem muito esforço. E é aqui que entra o mérito do casamento de “Shopping and fucking”, de Ravenhill, com “Johnny, would you love me if my dick were bigger?”, de Purnell.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">“Sangue e pudins” dosa bastante bem as cenas de ação com pequenos monólogos que exibem reflexões introspectivas dos personagens. Escrito em 2015 e publicado um ano depois, o romance “Johnny…” participou, junto com outros textos do mesmo autor, de uma leitura dramática em Berlin, em setembro de 2023. Brontez Purnell, musicista, artista visual, bailarino e escritor, é um jovem conectado com o hoje e, como tal, reconhece as diferenças entre a contemporaneidade e os anos 90 no que se trata de consumismo, uso de drogas, práticas sexuais e solidão. São seus textos, em “Sangue e pudim”, que conectam o público ao espetáculo e aos personagens, promovendo reflexões bastante válidas que oxigenam a montagem. O título da peça vem de uma música de Fagner e Fausto Melo, interpretada por Simone e que faz parte de um disco lançado em 1976. Na letra, a frase: “Não quero saber quem sou, morro de medo” simboliza um vórtice de todas as questões abordadas no espetáculo. Lulu, Robbie, Brian e principalmente Mark e Gary só se reconhecem a partir de suas relações com as demais pessoas, pois não têm identidades próprias.</span></span></p><span style="font-size: large;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;"><b>A direção boazinha com os personagens</b></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A concepção de direção de Luciano Alabarse é bastante paradoxal. De um lado, “Sangue e pudins” é uma obra bonita de se ver porque esteticamente está muito vinculada aos anos 90: suas cores, estampas, modelagens, valores. Qualquer um que se lembre do apartamento da Mônica de “”Friends” vai achar visualmente bonito o que se vê em cena. Por outro lado, a beleza da produção atrapalha a violência, o escárnio, a acidez, a solidão, a desesperança da dramaturgia. A performance de “Help!”, dos Beatles, em que Jaques Machado dubla Miley Cyrus (?), é um desses momentos exemplares: belíssimo de um lado, mas pouco contribuinte de outro. E, encadeados a essa concepção, caminham o lindo desenho de luz de Maurício Moura e João Fraga, que tornam o espetáculo quase um musical adocicado da Broadway; os incríveis figurinos do grupo; o cenário assinado pelo diretor; e as ricas coreografias de Angela Spiazzi. Tudo isso parece ser de um espetáculo enquanto o texto é de outro. Um ponto de vista realmente negativo e sem contradições é a trilha sonora de Luciano Alabarse. É como se não houvesse um só instante de silêncio ao longo dos 120 minutos de duração da peça, o que alivia a dureza que os personagens deveriam sentir em suas extremas solidões e faltas de perspectiva. Em resumo, a direção parece ser muito “boazinha” com os personagens.</span></span></p><span style="font-size: large;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;"><b>A brilhante interpretação de Elison Couto</b></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Quanto às interpretações, a primeira coisa que deve ser dita é que Angela Spiazzi (Lulu), Pingo Alabarce (Brian) e principalmente Elison Couto (Gary) revelam ter técnica vocal bastante positiva para a defesa do espetáculo. Tudo o que eles dizem é compreensível: cada sílaba, cada entonação, o que nos faz recordar um tempo distante em que os atores, em geral, não precisavam de microfones de lapela para qualquer obra. O mesmo não se pode dizer infelizmente de Jaques Machado (Robbie) e sobretudo de Li Pereira (Mark). No caso deles, ouvem-se mais os gritos e as intenções bruscas do que o que realmente deve ser ouvido - as palavras. Pereira, em especial, praticamente diz todas as suas falas com a mesma entonação, sem nuances, sempre com muito esforço, nenhuma técnica, de maneira muito perigosa para suas cordas vocais e bastante monótona para a plateia.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Já foi dito, mas é possível repetir que Angela Spiazzi e Jaques Machado tem poucas oportunidades de mostrar variáveis de expressão, pois seus Lulu e Robbie respectivamente têm curvas muito limitadas já no roteiro. Lulu para na solução do problema do dinheiro que deve a Brian e Robbie tem toda a sua flexão nos ciúmes de Gary, e quase nada além disso. No entanto, ambos, mas principalmente Spiazzi dão a ver ótimos trabalhos com o pouco que têm, aproveitando bastante bem as possibilidades. Pinto Alabarce (Brian) praticamente não contracena, isto é, em boa parte da peça, seu personagem está sozinho. No entanto, o ator, cheio de ótimas oportunidades, agarra-as com galhardia ao que lhe é oferecido com destaque para a cena da cobrança de Lulu. Li Pereira (Mark), aquele que foi agraciado com o melhor personagem do roteiro, é o que menos tira proveito do texto. Tendo uma curva narrativa cheia de nuances, ele oferece uma interpretação linear que, no máximo, vai do 8 ao 80: ou está quase imóvel, ou está em explosão.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Elison Couto (Gary), com muitos mais anos de vida que o personagem que interpreta, apresenta uma defesa nada menos que brilhante em “Sangue e pudins”. Desde a verdade da sua dor física ou psicológica até a verdade irônica da forma como ele ridiculariza a si próprio em uma espécie de automutilação, o ator nutre a peça com detalhes riquíssimos de teatralidade. Há tantas variações de expressividade que fica difícil para o público digerir seu Gary, o que é motivador, pois tudo o que um bom espectador quer é sorver aos poucos o espetáculo que se descortina diante de si. Couto oferece, vibrantemente, um espetáculo à parte, fugindo dos lugares mais fáceis, investindo em segundos níveis e explorando as melhores dúvidas sobre sua composição, enquanto esconde a cristalização (se é que ela existe). Sem dúvida, é o que há de melhor em “Sangue e pudins”.</span></span></p><span style="font-size: large;"><br /></span><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;"><b>Escolher e aplaudir</b></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Embora seja assim que o espetáculo se apresenta em seu programa entregue na bilheteria e divulgado nas redes sociais, “Sangue e pudins” é muito pouco sobre violência e muito mais sobre anos 90. Está muito mais próximo dos “Doc.s musicais”, dirigidos por Frederico Reder e Marcos Nauer no Rio de Janeiro, do que realmente sobre a dor. Para exemplificar, há uma cena em que os contrarregras Alexei Goldenberg e Vini Gomes correm com uma enorme bandeira LGBT em uma cena linda que pauta o falecimento de milhões de homossexuais durante a década em função do vírus HIV. O quadro trata-se de um tópico de check-list de tudo o que se passou no período e que não pode deixar de ser tematizado na opinião dessa concepção. Com isso, quer-se dizer que, na hora de assistir, o público terá que escolher se se deslumbra por toda a enorme coleção de lindas presenças estéticas ou se mergulha no texto, no personagem e na história narrada. Há que se escolher e, depois então, aplaudir!</span></span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">*</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Ficha técnica:</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">textos originais de Mark Ravenhill (“Shopping and fucking”) e Brontez Purnell (“Johnny, would you love me if my dick were bigger?”) com adaptação de Luciano Alabarse.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Direção, Cenário e Trilha Sonora: Luciano Alabarse</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Coreografias: Angela Spiazzi</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Iluminação: Maurício Moura e João Fraga</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Figurinos e Maquiagem: O grupo</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Elenco por ordem alfabética:</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Angela Spiazzi - Lulu</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Elison Couto - Gary</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Jaques Machado - Robbie</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Li Pereira - Mark</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Pingo Alabarce - Brian</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Contrarregras:</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Alexei Goldenberg</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Vini Gomes</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Produção Executiva: Jaques Machado Produções Artísticas</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Assistente de produção: Vini Gomes</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Operação de Som: Manu Goulart</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Fotos: Juliana Alabarse e Mariano Czarnobai Jr</span></p></span>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-75507455645884582602016-08-06T21:10:00.001-07:002016-08-08T20:05:49.500-07:00O mal entendido (RS)<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Adriana Marchiori</span></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-VnYp-LIjHCQ/V6azxiblKTI/AAAAAAAAFa8/3-jCexDatgcn8NnktpI789TpgkNaJO25gCLcB/s1600/mal%2Bentendido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-VnYp-LIjHCQ/V6azxiblKTI/AAAAAAAAFa8/3-jCexDatgcn8NnktpI789TpgkNaJO25gCLcB/s320/mal%2Bentendido.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fernanda Petit</td></tr>
</tbody></table>
<b><span style="font-size: x-large;">Texto de Albert Camus ganha excelente versão brasileira</span></b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O excelente “O mal entendido”, um dos espetáculos de maior destaque em 2015 na capital gaúcha, está de novo em cartaz em Porto Alegre. A peça, com dramaturgia e direção de Daniel Colin, é uma adaptação do original homônimo do franco-argelino Albert Camus (1913-1960) escrito em 1943 e que ganha, com essa montagem, sua primeira versão no Brasil. Na história, um homem pretende fazer as pazes com seu passado, reencontrando-se com a mãe e a irmã com quem há muito tempo não tem contato, mas elas não o reconhecem. Por causa disso, confundido com mais um hóspede, ele acaba participando dos terríveis meios que elas encontram para alimentar o sonho de sairem dali e verem o sol. Pedro Nambuco, Carla Cassapo, Elison Couto estão no elenco, mas Gabriela Grecco e principalmente Fernanda Petit brilham em excelentes atuações. A peça pode ser vista até o dia 14 de agosto no Teatro de Arena, no alto do Viaduto da Borges de Medeiros, na zona central de Porto Alegre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>O expressionismo na direção de Daniel Colin</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A história se passa em uma hospedaria abandonada em um distante lugarejo próximo a uma represa e longe do mar. A peça começa com a chegada de Jan (Elison Couto) que vem, vinte anos depois, para retomar o contato com sua Mãe (Gabriela Grecco) e com Marta, sua irmã mais nova (Fernanda Petit). O problema é que ele não é reconhecido por elas e, com medo de uma recepção negativa, posterga a apresentação de sua verdadeira identidade para o espanto de sua esposa Maria (Carla Cassapo). Ao se hospedar escondendo a verdade, acaba despertando a cobiça das duas que percebem que ele é um homem de posses.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Marta, como o irmão da parábola bíblica do filho pródigo, permaneceu com a Mãe em sua velhice, mas alimenta o desejo de partir, conhecer o mar, o amor e o sol. Para realizar esse sonho, as duas costumam assassinar os hóspedes solitários mais ricos, jogando seus corpos na represa e engordando suas economias. Jan é uma vítima em potencial, embora a Mãe, por algum motivo que ela desconhece, relute em praticar o mesmo crime tantas vezes feito anteriormente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Escrito, no meio da ocupação nazista na França, com influências do expressionismo, o texto “Le Malentendu” recebeu, ao longo das décadas, análises que o associam ao existencialismo e ao absurdo. Além do trecho do evangelho (Lc 15, 11-32), o texto se associa às tragédias “Electra”, de Eurípedes, e “Antígona”, de Sófocles. A adaptação de Daniel Colin mudou, na dramaturgia, o ritmo das cenas, mantendo sua força positivamente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Na direção, o encenador confortavel e de modo excelente privilegiou o tom expressionista. Desse modo, é possível perceber sua versão também a partir dos olhos de Jan: a esposa amada, a mãe e a irmã assustadoras e o criado (Pedro Nambuco) enigmático. O clima solar de onde o protagonista vem é uma referência longínqua à umidade da região onde ele se encontra. Tudo é enegrecido, podre, doente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Ao longo da peça, o fato dos atores não sairem de cena confere à fruição o aspecto sufocante em que a fluidez do texto se pauta positivamente. O público, que tem informações privilegiadas em relação aos personagens, consegue ler, a partir disso, o todo das relações que se estalecem na narrativa. O modo como a direção de Colin organiza a estrutura da cena e a articulação dos quadros, além de oferecer belos panoramas ricos em experiências sensoriais, nutre, apresenta e defende uma estética potente ao todo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-mk-5pTdc9pQ/V6a0hLLzcnI/AAAAAAAAFbI/FtQ1_dEevEwWhwr06CwOAvk-GXu0dqKdACLcB/s1600/O%2BMal%2BEntendido%2B-%2BAdriana%2BMarchiori%2B1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-mk-5pTdc9pQ/V6a0hLLzcnI/AAAAAAAAFbI/FtQ1_dEevEwWhwr06CwOAvk-GXu0dqKdACLcB/s320/O%2BMal%2BEntendido%2B-%2BAdriana%2BMarchiori%2B1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gabriela Grecco</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>O brilho de Gabriela Grecco e de Fernanda Petit</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Carla Cassapo, apresentando a Esposa Maria, consegue alguns méritos no pouco espaço possível no contexto narrativo positivamente. Ela representa o presente de Jan e serve, em termos de função na dramaturgia, para questioná-lo sobre os motivos que o levam a se esconder da própria família. Elison Couto, com melhores oportunidades no início da peça, permite-se sucumbir ao protagonismo de Marta durante o desenvolvimento da história. Em outras palavras, a narrativa começa em Jan, mas não é nele que está seu melhor. Com afinco e dedicação, o intérprete mobiliza um conjunto de expressões sutis que oferecem profundidade ao todo, sem se opor à hierarquia dos sentidos, o que é elogiável. Pedro Nambuco, no seu Criado quase silencioso, defende com ótima participação a figura forte de seu pequeno personagem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Gabriela Grecco, em mais um belíssimo trabalho de interpretação, oferece um conjunto enorme de níveis diversos à personagem da Mãe. Em excelentes contracenas, com presença fulgurante nos silêncios e voz imponente nos diálogos, sua colaboração assina boa parte dos melhores méritos da produção. Um a um, os desafios são ultrapassados com galhardia em um quadro cheio de méritos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Fernanda Petit, de novo, está excelente! Como Grecco, mas com maior número de desafios devido ao protagonismo de sua personagem, vê-se, em seu trabalho aqui, nobre pesquisa no interior de cada intenção, resposta e movimento. Suas expressões, nesse sentido, são claras, mas não óbvias, em tempos inteligentes e fortes. O melhor é reparar o jeito como sua Marta, de vilã, assume o precioso aspecto humano que é capaz de manter as narrativas trágicas e o conceito expressionista próximos da contemporaneidade. Isso sem falar na importância do personagem do irmão na parábola do Filho Pródigo, através do qual, toda a história faz sentido há dois mil anos. Uma performance destacável!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>Montagem exuberante que merece viajar pelo país</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">“O mal entendido” tem ótimas colaborações do cenário de Marco Fronckowiak e de Rodrigo Souto Lopes, da luz de Carlos Azevedo, da trilha sonora de Beto Chedid, do figurino de Antônio Rabadan e do visagismo de Elison Couto. Ao longo da apresentação, o palco vai sendo inundado por água que banha os intérpretes, afogando os personagens em suas buscas pelo passado (Jan) e pelo futuro (Marta). O feito, tecnicamente complicado e em ótimo uso aqui, além de ser visualmente impactante, é, na ordem do conteúdo, bastante inteligente. Mãe e Marta se distanciam de Jan e Maria quanto ao guarda-roupa, oferecendo, com brilhantismo ao panorama, espaço fértil para o reconhecer das relações além do que já faz a dramaturgia. Tons mais escuros de verde e de vermelho oferecem respiro enquanto as lentes de contato e os cabelos prendem a atenção. A iluminação de Carlos Azevedo e a trilha sonora de Beto Chedid ampliam as possibilidades do espaço cênico, alargando a experiência estética com diagonais e fontes espalhadas de som. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A produção brasileira de “O mal entendido” ganhou dez indicações em nove categorias do Troféu Açorianos de Teatro Gaúcho de 2015, vencendo nas de Melhor Iluminação, Cenário, Atriz Coadjuvante (Carla Cassapo) e de Atriz (Gabriela Grecco). Trata-se de uma montagem exuberante a qual se deseja que viaje para outras regiões do país a fim de que outros públicos, e não só os gaúchos, tenham acesso à sua enorme qualidade estética. Aplausos!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
*<br />
<br />
<b>Ficha técnica:</b><br />
Texto: Albert Camus<br />
Dramaturgia e Direção: Daniel Colin<br />
Atuação: Fernanda Petit, Gabriela Greco, Elison Couto, Carla Cassapo e Pedro Nambuco<br />
Iluminação: Carlos Azevedo<br />
Trilha sonora: Beto Chedid<br />
Figurinos: Antonio Rabadan<br />
<div>
Maquiagem e Cabelos: Elison Couto<br />
Cenário: Marco Fronckowiak e Rodrigo Souto Lopes<br />
Registro fotográfico: Jorge Scherer e Adriana Marchiori<br />
Produção: Fernanda Petit</div>
Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-22755429958503324842012-06-28T13:00:00.000-07:002015-06-20T20:21:14.560-07:00A opinião sobre teatro na internet<br>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjig-LC4cjFzp1mLaXJmPrDpwhdH6pyUroSBQ8wLN4CrFFfnH3IZWwR9CeLM30JypzCX7uPH3eUgtM_LAmxxlevYYhPJyiqoAtZKDjLXPFrhiEhj4dO4K5EkaIbUlyKFtbag59i71ExZjU/s1600/sbat1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br class="Apple-interchange-newline"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjig-LC4cjFzp1mLaXJmPrDpwhdH6pyUroSBQ8wLN4CrFFfnH3IZWwR9CeLM30JypzCX7uPH3eUgtM_LAmxxlevYYhPJyiqoAtZKDjLXPFrhiEhj4dO4K5EkaIbUlyKFtbag59i71ExZjU/s320/sbat1.jpg" width="238"></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #38761d; font-size: large;">A crítica desautorizada? </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No jornal, o Bonequinho que vai ao cinema aplaude sentado ou <st1:personname productid="em pé. O Bonequinho" w:st="on">em pé. O Bonequinho</st1:personname> também pode pular ou dormir dependendo do filme. E tem também a polêmica figura do Bonequinho indo embora da sala de exibição. O leitor vê e sabe, assim, se o filme foi considerado bom ou ruim. Se, na opinião do jornal, vale a pena assisti-lo ou não. Mas, quando quer explicações sobre o motivo do aplauso, da cochilada, dos pulos ou do abandono da obra, ou mesmo das quatro, cinco, três ou nenhuma estrelinha, a análise crítica se faz necessária. A crítica torna-se um grande passo além da mera nota.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Analisar uma obra, descrevê-la a partir do seu ponto de vista, identificar marcas, fazer ver problemas, méritos, dificuldades vencidas e tentativas fracassadas só não são desafios maiores do que reunir todas essas informações em um só texto e publicá-lo. Se, no primeiro momento, a opinião fica entre amigos, mesas de bar, conversas ao telefone e trocas de inboxes no Facebook, no segundo, sabe Dionísio onde as palavras vão parar, porque uma vez impresso, virtualmente ou não, a possibilidade de leitores do tal texto aí não tem fim.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não houve e não há uma faculdade de crítica de teatro, tampouco de música, de cinema, de literatura ou de artes visuais. Se quem escreve é alguém ligado unicamente à teoria, ele corre o risco de ser acusado de desconhecer a maquinaria teatral profundamente. Se for alguém da área, o problema fica ainda maior, pois “Como é possível falar mal da peça X se nela está o meu amigo ator, o meu futuro diretor, o meu ex-figurinista?” ou “Se a esposa dele está na peça Y, como ele vai falar mal do diretor?”. A autoridade para escrever a crítica ganha, a cada dia, mais força na própria crítica nesse tempo em que todos escrevem e publicam suas opiniões ou podem simplesmente desenhar bonequinhos, oferecer “curtires” ou usar de qualquer outra forma para divulgar sua avaliação sobre determinada obra de arte.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Houve um tempo em que um determinado grupo de pessoas ditava o cânone a ser visto: os livros a serem lidos, um jeito certo de pintar, os programas de televisão censurados, os textos teatrais que poderiam ser produzidos. A igreja, o governo civil, a ditadura militar: o povo preguiçoso tinha guias “qualificados” para andar na selva sem pecar. Nos jornais, os editores escolhiam os críticos de teatro entre os jornalistas que se interessavam pelo tema e, ainda hoje, quem escreve sobre arte no Caderno de Cultura, também corre o risco de escrever sobre futebol durante a Copa, sobre política nas Eleições, sobre a Rihanna no Rock In Rio. No maior país da América Latina, há apenas duas pessoas que escrevem críticas de teatro em jornal e não escrevem mais nada além disso. Uma está no Rio de Janeiro e a outra está <st1:personname productid="em São Paulo. Na" w:st="on">em São Paulo. Na</st1:personname> exata linha oposta, Porto Alegre, Brasília, Fortaleza, Curitiba e Belo Horizonte têm importantes festivais com produções locais de altíssima qualidade. De Manaus a Florianópolis, hoje há mais salas de espetáculos e mais grupos de teatro e de dança do que nos últimos trinta anos. Cursos livres, cursos de formação técnica, graduação, mestrado e doutorado são abertos e se espalham e a Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação <st1:personname productid="em Artes Cênicas" w:st="on">em Artes Cênicas</st1:personname>, a ABRACE, realiza encontros nacionais que reúne pesquisadores e artistas das cinco regiões do Brasil. Ou seja, na mesma medida em que o teatro perde espaço na mídia impressa, ganha-o nas ruas, na academia, nos shoppings, nos prédios restaurados pelo governo e pela iniciativa privada e, sobretudo, na internet.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de 40 anos escrevendo sobre teatro no jornal, o crítico <a href="http://macksenluiz.blogspot.com.br/">Macksen Luiz</a> saiu do Jornal do Commercio, seu último local de trabalho, e abriu um blog, dando assim continuidade ao seu trabalho. Com <a href="http://lionel-fischer.blogspot.com.br/">Lionel Fischer</a> (Tribuna da Imprensa), <a href="http://revistastravaganza.com.br/">Edgar Olímpio de Souza</a> (Diário Popular) e com <a href="http://idavicenzia.blogspot.com.br/">Ida Vicenzia</a> (Jornal do Commercio), aconteceu o mesmo. Por outro lado, <a href="http://cadernoteatral.blogspot.com.br/">Luciano Mazza</a>, <a href="http://aouilanoteatro.blogspot.com.br/">Marcelo Aouila </a>e <a href="http://www.questaodecritica.com.br/">Dinah Cesare</a> nunca escreveram em jornais, mas abriram sites ligados ao tema mesmo assim. Em todos esses, há a necessidade de ir além do Bonequinho e compartilhar suas reflexões de forma mais profunda. Para eles, se o Gosto/Não Gosto válido é apenas o primeiro degrau, o último é o debate acerca da peça <st1:personname productid="em cartaz. Nesses" w:st="on">em cartaz. Nesses</st1:personname> espaços, cada um é o seu próprio patrão, o seu próprio editor e, nesse sentido, a sua própria autorização. No Facebook, no Twitter ou por email, os links dos textos são compartilhados. Quando positivas, as críticas ganham printscreens e se tornam cartazes em portas de teatro. Quanto negativas, viram inboxes privados distribuídos <st1:personname productid="em segredo. Em" w:st="on">em segredo. Em</st1:personname> ambos os casos, os contadores de acesso marcam o crescente aumento do número de leitores, do número de leituras, do número de textos e o batido “Se gostaram, avisem aos amigos e, se não gostaram, avisem aos inimigos” continua valendo. O crítico que só fala bem pode até ser desacreditado por quem o lê com frequência, mas a produção da peça ruim sente no seu texto um carinhoso alento quando dela todos falam mal, já que o que ele escreveu vai engrossar a pasta a ser entregue nos órgãos competentes a fim de solicitar mais patrocínio, de ganhar editais de ocupação, de receber apoio para viajar. O crítico que só fala mal não existe, embora existam aqueles que, já de antemão, não gostam de determinado diretor, gênero, ator ou de tipo de teatro, honestamente parcializando a sua avaliação. Longe de terminar a tipologia, existem ainda aqueles que não falam nem bem, nem mal das peças a que assistem, procurando mais descrever as obras do que valorá-las, propondo reflexões que ganham corpo, principalmente, na investigação da linguagem artística e da sua recepção. Com isso, se chama a atenção para o fato de que há, felizmente, críticos para todos os gostos e críticas capazes de acompanhar a crescente malha cênica brasileira.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desde <st1:metricconverter productid="2008, a" w:st="on">2008, a</st1:metricconverter> jornalista <a href="http://sobrecriticateatral.blogspot.com.br/">Helena Mello</a> pesquisa a crítica teatral em espaços virtuais na internet, apresentando, no âmbito do Programa de Pós-Graduação <st1:personname productid="em Artes Cênicas" w:st="on">em Artes Cênicas</st1:personname> da UFRGS, a dissertação <a href="http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25224/000752989.pdf?sequence=1">Aspectos da Crítica Teatral Brasileira na EraDigital</a>. Após entrevistar cerca de 80 pessoas ligadas ao teatro, incluindo críticos teatrais, o trabalho é referência por apontar questões relevantes com embasamento teórico, tais como, entre outras: a autoridade do crítico teatral da internet e a linguagem utilizada nesse tipo de texto. Sobre o primeiro ponto, entram na pauta dois temas – a necessidade humana de compartilhar experiências e a manutenção da verdade como uma estrutura sólida. A internet possibilita ao homem comunicar-se com desconhecidos do mundo todo em uma relação que cruza fronteiras geográficas e temporais. Afinal, uma foto sua publicada no Fotolog em 2005 pode ser acessada ainda hoje por alguém que nasceu em 2006 e isso está livre de acontecer na sua cidade ou do outro lado do mundo igualmente. Nesse sentido, pairam na rede, pontos de vista bastante diferentes e também bastante iguais sobre acontecimentos de qualquer tipo. As verdades, cada vez menos sólidas e mais fluídas, são questões que estimulam a maneira de pensar a arte, modificando, com certeza, a velha crítica, mas apresentando uma nova à qual, segundo a pesquisadora, é “pura perda de tempo resistir”.</div>
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Orientada por Edélcio Mostaço, Helena Mello cita o caso recente da publicação de críticas teatrais anônimas <st1:personname productid="em Santa Catarina" w:st="on">em Santa Catarina</st1:personname>, que causaram um alvoroço feroz entre a classe artística de lá naquela ocasião. “É natural que uma pessoa que escreve de modo desrespeitoso, aparentemente sem critério, questionando aspectos pessoais daqueles que fazem arte não seja bem aceita no meio artístico. Acho que fizeram bem aqueles que procuraram buscar sua identidade, reclamaram do espaço que ela ocupou, etc. Mas, também achei extremamente pertinente a colocação do ator Daniel Olivetto ao perguntar se é preciso realmente saber QUEM fala. Afinal, diz ele, os textos bíblicos provocam profundas discussões sem que a autoria seja posta a prova. Além disso, é bem verdade que os artistas costumam dizer que o que importa é o diálogo aberto com o público, a troca. Então, por que preciso saber quem fala para dar importância ao que está sendo dito?” É natural, sem dúvida, que seja dado mais valor às opiniões de pessoas que conciliam a formação acadêmica com o envolvimento artístico, mas desconsiderar os demais pontos de vista é, sem dúvida também, fechar-se para o desconhecido. Participando de encontros nacionais e internacionais de artes cênicas, (em maio, por exemplo, houve a<a href="http://portalabrace.org/portal/informes/eventos-academicos/171-iv-jornadas-nacionales-de-investigacion-y-critica-teatral.html"> IV Jornadas Nacionales de Investigación y CríticaTeatral</a>, na Argentina) Helena Mello afirma que “o público, os leitores, o mercado se encarrega de dar ou tirar espaço daqueles que se intitulam críticos. E, considerando que, hoje, na virtualidade, não há mais a chancela de um jornal, isso acontece ainda mais facilmente. O resto são perguntas e não respostas, embora eu não veja nisso um problema. É a partir das primeiras que aguçamos a nossa sensibilidade e fortalecemos a nossa capacidade de refletir.”</div>
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Sobre a questão da linguagem, a internet possibilita mais liberdade a quem nela escreve, não só em relação ao tamanho do texto. Fotos e vídeos podem ser anexados facilmente ao texto, assim como o recurso do hiperlink pode ser um importante aliado tanto do autor como do leitor. Enquanto lê o texto, é possível conhecer o site do grupo, ver cenas da peça, ouvir sua trilha sonora. Ao fazer relação com quadros, livros, filmes, lugares, ou qualquer outra fonte, a análise crítica publicada na internet pode proporcionar o acesso a essas informações de modo rápido e fácil.</div>
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Lionel Fischer diz só ver vantagens ao escrever para o próprio site. “No blog, escrevo o que quero e sem nenhuma preocupação, por exemplo, com o tamanho dos artigos ou das críticas. Como sou o patrão de mim mesmo (pela primeira vez na vida, diga-se de passagem), desfruto de uma deliciosa e imensa liberdade. Tenho, no momento, 385 seguidores, mas sei que há um número muito maior de pessoas que lê o que escrevo, pois, muitas vezes, pessoas que não são seguidoras comentam comigo - pessoalmente ou por e-mail - os artigos e as críticas que posto.” Ida Vincenzia concorda com ele e, sobre a repercussão que a internet proporciona, acrescenta: “Recebo muitos e-mails comentando as críticas, além de convites para escrever sobre teatro. São pessoas aconselhando ao público de teatro a assistirem às peças por mim criticadas, ou indicando a leitura das críticas. A repercussão me surpreende. Outras afirmam a importância que tiveram, em suas carreiras, as observações feitas por mim. Isso tudo me faz perceber como os blogs são um veículo efetivo de comunicação, e como são recebidos pela classe teatral.” Marcelo Aouila, que diz não escrever críticas, mas opiniões pessoais, conta que “existe um link entre o blog e o Facebook. As pessoas curtem, criticam minha opinião e comentam sobre os espetáculos. Surpreendentemente, algumas vezes, já me pararam em locais públicos para dizer que lêem o que eu escrevo. Como também sou produtor cultural, sei das dificuldades de se produzir um espetáculo e do sofrimento que é quando alguém fala mal do seu trabalho sem saber as condições de produção. Procuro apontar coisas que possam melhorar, e evito falar mal. Mas nem sempre dá para não falar mal. Quando não gosto de nada da peça, eu não escrevo. Sempre tem algo de bom para comentar. Às vezes, eu nem gosto, mas tenho a consciência de que funciona para um tipo de plateia. Então, se funciona, tem q ser valorizado. É melhor ser sincero para quem lê do que agradar a quem está trabalhando e ser incoerente com o que penso.” Para, Edgar Olímpio de Souza, da revista virtual Stravaganza, “abrir um site de cultura, com espaço também para outras áreas culturais, é uma maneira de não ficar sujeito aos critérios nem sempre artísticos que orientam a cobertura teatral feita pelas revistas e pelos jornais tradicionais. Ou seja, tenho plena autonomia para abordar uma peça no meu blog, não importando se o espetáculo seja estrelado ou não por um(a) “artista da Globo”, alguma figura midiática ou esteja amparado por ampla publicidade.”</div>
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Uma iniciativa bastante interessante é a <a href="http://www.questaodecritica.com.br/">Revista Questão de Crítica</a>, um site dedicado a publicação de críticas e de estudos sobre o teatro. Dinah Cesare, uma das coordenadoras do projeto juntamente com Daniele Avila, conta que a ideia surgiu no final de seu curso de graduação <st1:personname productid="em Artes Cênicas" w:st="on">em Artes Cênicas</st1:personname> com habilitação em Teoria do Teatro na UNIRIO. “Nós finalizávamos o curso de teoria e a Daniele lançou um projeto para novos críticos na antiga edição do riocenacomportanea, que foi como um laboratório para nossa revista. Assistíamos aos espetáculos do festival e escrevíamos as críticas em tempo de publicação. A experiência nos possibilitou vislumbrar a criação de um espaço para a prática reflexiva sobre o teatro. Nós havíamos estudado a criação de perspectivas e de categorias novas para pensar a cena teatral e queríamos exercitar o olhar e a escrita em atrito com as produções artísticas. Sempre acreditamos que existe um público que está interessado na crítica, assim como na arte, ou seja, interessado em novos modos de ver e de construir o mundo.” Sobre aos acessos ao site, ela garante que “a repercussão da revista é pensada como um todo. Temos um índice significativo de visitas, considerando que se trata de conteúdo sobre teatro. Recebemos sistematicamente emails das assessorias dos espetáculos em cartaz no convidando para ver os trabalhos das pessoas. Em alguma medida, recebemos também retorno de artistas interessados <st1:personname productid="em dialogar. Também" w:st="on">em dialogar. Também</st1:personname> recebemos comentários pela web. Isso tudo está crescendo. Cada vez mais pessoas que se dedicam ao teatro, tanto para pensá-lo quanto para fazê-lo mais propriamente. Estamos planejando o Segundo Encontro Questão de Crítica. Realizamos uma premiação em 2012 e já estamos no processo para <st1:metricconverter productid="2013.”" w:st="on">2013.”</st1:metricconverter></div>
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Talvez, para o futuro, o melhor benefício da crítica teatral nos espaços virtuais seja a potencialidade que ela tem de ser um arquivo aberto e constantemente alimentado de textos e de imagens dos espetáculos teatrais. Para conhecer as produções teatrais do Rio de Janeiro nos anos 80 e 90, para não irmos muito longe, o pesquisador deverá recorrer aos jornais e revistas. Haverá algumas críticas, algumas matérias e o serviço, contendo o título e alguns nomes da ficha técnica. Felizmente, depois do boom da internet, as ferramentas de busca oferecem um arsenal muito maior. Testemunhas de uma encenação, os críticos partilham o seu olhar por sobre as obras, colocando suas análises em lugar próximo às peças. Graças ao aumento do número de textos, é comum encontrar mais de dois pontos de vista por sobre o mesmo espetáculo, estando no leitor a tarefa de separar “o joio do trigo” e confiar nesta ou naquela opinião. Finalizando com uma frase de Antonio Costella, trazida pela pesquisadora Helena Mello, fica o valor da crítica disposta na internet: "Mas a roda faz andar a ambulância e o canhão, o avião serve para avizinhar cidades e para atirar bombas sobre elas, a energia nuclear contém o poder quase mágico de alavancar a humanidade e, ao mesmo tempo, o de destruí-la. Os meios de comunicação serão aquilo que o ser humano fizer deles". Abordado na saída, o Bonequinho pode agora se explicar (se quiser).</div>
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<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Rodrigo Monteiro</div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<a href="http://www.sbat.com.br/">Revista de Teatro da SBAT</a>, número 530, março e abril de 2012</div>
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<br class="Apple-interchange-newline"></div>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-87084649208030098902011-12-03T21:05:00.000-08:002011-12-04T01:02:01.179-08:00Mulheres Pessegueiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Ypt_gx7OSWo/Ttr_DnSuFqI/AAAAAAAAB8o/krPOLBHqk1Y/s1600/pessegueiro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://4.bp.blogspot.com/-Ypt_gx7OSWo/Ttr_DnSuFqI/AAAAAAAAB8o/krPOLBHqk1Y/s320/pessegueiro.jpg" width="320" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: divulgação</span><br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;"><br />
Final alongado </span></b><br />
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Argumento vencedor do Prêmio FUNARTE Myriam Muniz, “Mulheres Pessegueiro” é o novo espetáculo da <a href="http://www.comicacultural.com.br/?nid=4551">Cômica Cultural</a>. Escrito, dirigido e produzido por <a href="http://www.youtube.com/watch?v=Cy188NQTFiE&feature=related">Patsy Cecato</a>, essa produção segue a linhagem das demais: divulgação ampla e acessível, clareza no atendimento, pontualidade, capricho nos detalhes, em suma, respeito ao público e, consequentemente, à classe teatral porto-alegrense. O resultado é o esperado: plateia cheia, o que alegra qualquer um que torce pelo teatro gaúcho. A peça consiste em uma comédia de costumes que se passa na sala da casa da Família Pessegueiro. Ione Pessegueiro (<a href="http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=SaccAtwVBYg">Lourdes Kauffmann</a>) é mãe de Maria Lúcia/Lucinha (<a href="http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=rtCNjcvdWfo">Laura Medina</a>), avó de Manuela/Manu (<a href="http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=ipERJqvtw3o">Catharina Conte</a>) e tia de Betinha (<a href="http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=Xve8E2jrWtw">Áurea Baptista</a>), todas pensionistas do Exército Militar Brasileiro, e envoltas ao desafio de resolver seus conflitos próprios e ajudar umas as outras a seguir em frente. <br />
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Dando início à análise crítica, “Mulheres Pessegueiro” se divide em duas partes. Antes de tratar sobre cada uma delas, vale ressaltar os aspectos, todos positivos, que são comuns a ambas. Ler a peça a partir do gênero “comédia de costumes” significa entender a narrativa como um recorte em que as tramas (a principal e as secundárias), apesar de não aprofundadas, têm grande importância; em que as construções dos personagens são claras e em que todos os recursos plásticos beiram à ilustração pelo seu alto grau de convergência. Nos dois lados da encenação, sobre um dos pontos comuns, há que se dizer que cenário (Valéria Verba), figurino (Alice Comassetto), trilha sonora (Nando Endres) e iluminação (Gabriel Lagoas) cumprem de forma adequada os seus papéis: ressaltam os momentos narrativos, caracterizam os personagens e o ambiente, ratificam as intenções. Outro ponto em comum é a interpretação dos personagens. As quatro atrizes fazem um bom trabalho, oferecendo bons resultados à produção como um todo. Dirigidas por Cecato, elas são responsáveis pelas variações de ritmo que estruturam as situações cômicas e os momentos dramáticos, mantendo construções que, bastante próximas do real, propiciam a rápida identificação, essa tão cara ao gênero utilizado aqui como chave de leitura. <br />
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A divisão (negativa) em duas partes é em função da dramaturgia e vai ser difícil dar cabo a uma análise sem revelar pontos importantes do espetáculo, o que pode frustrar os leitores que ainda não assistiram à peça. <br />
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No primeiro momento, temos Maria Lúcia como protagonista. É ela quem entra indignada na primeira cena porque não conseguiu o emprego de hostess que desejava. Ela é o centro das preocupações de sua mãe Ione e, de certa forma, a culpada pela adultez precoce de sua filha Manu. Entre uma conquista sentimental e outra, sua prima Betinha envia currículos e portifólios seus para empresas via internet. Embora haja carência de variação de tonalidade na interpretação de Laura Medina, de forma que, em um determinado momento, os arroubos emocionais (gritos, pulos, gestos largos) de sua personagem já não tenham tanta força como poderiam ter, é em sua personagem que se concentram todas as forças do espetáculo nessa primeira fase da peça, estando, em suas participações, os momentos mais cômicos (os comentários de Ione sobre seu vício de fumar maconha e o diálogo com Betinha sobre as esposas) e, também, os mais tensos (a briga com Manu e a briga com Ione). O conflito (a trama) principal é: Lucinha precisa encontrar um emprego e, quando isso acontecer, ela estará mais calma. As histórias secundárias são importantes porque: 1) auxiliam na apresentação dos personagens; 2) oxigenam a evolução da trama principal. No caso de “Mulheres Pessegueiro”, são elas: a doença de Ione, o vestibular de Manu (a trama menos desenvolvida infelizmente) e a relação entre Jacques, que resolve se separar de sua esposa para assumir o relacionamento com Betinha (Áurea Baptista), e a própria. Eis que uma carta do Acre chega e, com ela, finda a primeira parte do espetáculo que, aliás, acontece quando a encenação completa sessenta minutos. <br />
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O segundo momento de “Mulheres Pessegueiro” nem de longe alcança os mesmos resultados positivos da primeira parte. Maria Lúcia sai de cena e, em seu lugar, ficam as histórias secundárias que, porque não foram desenvolvidas como a principal, não têm força e, por isso, se estruturam parcamente. Jacques traz sua mudança para o edifício (Betinha mora um andar acima do de Ione, Lucinha e Manu.) e uma inexplicada briga entre ele, o porteiro, o síndico e o zelador acontece. Também inexplicadas ficam as convenções criadas na primeira parte da peça: de repente, não se sabe mais se a saída da esquerda do palco é na segunda ou na primeira bambolina, bem como se perde a relação do que é janela e porta, onde estão os homens brigando e por que não se usa o interfone, dúvidas essas que atrapalham na fruição de um espetáculo cuja proximidade com a realidade além da narrativa é essencial. Os problemas não param por aí. Tendo ido ao seu apartamento para pegar um bolo, ao retornar para a casa de Ione, Betinha cai na escada e se machuca. Sua primeira aparição depois do acontecido é em uma cadeira de rodas, uma imagem extremamente forte e pesada mesmo que se explique logo em seguida que a queda não a deixou paralítica. Por fim, em um dos piores momentos da dramaturgia, o texto se utiliza da morte de uma das Pessegueiro para construir o epílogo, em que se informa “o que aconteceu” com os demais personagens” e terminar a peça. <br />
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“Mulheres Pessegueiro” não é o tipo de comédia em cuja assistência o público ri durante o tempo inteiro da apresentação. A força da trama, que se movimenta de forma crescente em favor do ápice que antecede o fim, exige personagens menos aprofundados e situações mais leves, mas não menos capazes de fazer refletir e, quem sabe, emocionar. Apesar do final arrastado, com a clara intenção de resolver todos os personagens no sentido de apagar as marcas de protagonismo de um deles, essa nova produção gaúcha tem o seu lugar no mercado cultural pelo visível profissionalismo de sua produção e por trazer Lourdes Kauffmann de volta à cena teatral. <br />
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<b>Ficha Técnica </b><br />
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Texto: Patsy Cecato <br />
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Elenco:<br />
Dona Ione Pessegueiro....................Lourdes Kauffmann<br />
Maria Lucia Pessegueiro........................Laura Medina<br />
Betinha Pessegueiro..................................Áurea Baptista<br />
Manuela Pessegueiro................Catharina Conte <br />
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Iluminação: Gabriel Lagoas <br />
Cenografia e Produção de Objetos: Valéria Verba <br />
Produção de figurinos: Alice Comnassetto <br />
Trilha Sonora: Nando Endres <br />
Criação Visual: Pingo Alabarce <br />
Produção: Cômica Cultural <br />
Direção Geral: Patsy CecatoRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-19071955838952908122011-11-22T18:11:00.000-08:002011-11-22T18:16:49.761-08:00A bilha quebrada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-bmRwlCeky6g/TsxWA2KKvRI/AAAAAAAAB8A/3IFV5s0f1dk/s1600/309704_103400589773633_100003110773269_24797_1092334551_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="158" src="http://3.bp.blogspot.com/-bmRwlCeky6g/TsxWA2KKvRI/AAAAAAAAB8A/3IFV5s0f1dk/s320/309704_103400589773633_100003110773269_24797_1092334551_n.jpg" width="320" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Foto: Júlio Appel </span><br />
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<span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-size: large;"><b>Muito a aplaudir </b></span><br />
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“A bilha quebrada”, primeiro espetáculo do Coletivo Confúcios e Confusos, é um dos melhores espetáculos gaúchos de teatro adulto de 2011. O trabalho, cuja direção é de Clóvis Massa, é resultado do prêmio de incentivo à pesquisa teatral no Teatro de Arena. Com alterações sutis, o texto se apresenta “livremente inspirado” na obra homônima do dramaturgo alemão Heinrich von Kleist (1777-1811), escrito em 1806 e encenado pela primeira vez dois anos depois. <br />
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Resistindo ao romantismo alemão, em voga no teatro e na literatura na época do seu lançamento, a obra se apresenta como uma comédia ainda com bastante influência do gênero farsesco. Com isso se quer apontar que a situação dramática privilegia a cristalização das figuras que, estando enrijecidas, são responsáveis pela evolução rápida da narrativa no processo de desenredamento das tramas e subtramas em que a história se estrutura. Em um tribunal, o Juiz, seu Escrivão e o Meirinho aguardam a chegada de um Desembargador. Quando esse chega, atende-se ao primeiro caso do dia: o caso da bilha (jarra) quebrada. Dona Martha é mãe de Eva que é noiva de Ruprecht que é sobrinho de Brígida. A peça de cerâmica se espatifara no chão quando Ruprecht encontrou um homem no quarto de Eva em certa noite passada. Não se sabe quem é esse homem, mas, desde então, o noivado foi desfeito. Eva, então, está triste pelo fim do namoro, Martha, por sua vez, está revoltada com a sua relíquia quebrada e Ruprecht afirma não ser o responsável pelo desastre, mas quer saber quem o foi. Brígida, enfim, é chamada para testemunhar e o Desembargador acompanha a resolução no intuito de avaliar o procedimento do Juiz, cujo cargo é ambicionado pelo Escrivão. Como se vê, trata-se de um texto em que todos os personagens são movidos por conflitos internos que os ligam ao todo da narrativa por sua própria natureza (egoísmo, sensibilidade, ambição, avareza, etc), essa de aparência independente da situação específica em que todos se encontram. “A bilha quebrada”, assim, está próxima, enquanto farsa, de sua ascendente Commedia Dell Arte, uma vez que, no texto de meados do séculos XIX, os personagens do gênero moderno-renascentista podem ser facilmente encontrados: o casal de Enamorados (Eva e Ruprecht), o Brighella (o Escrivão Licht), a Colombina (o Meirinho), o Dottore (o Desembargador Walter) e o Pantaleão (o Juiz Adão e a Dona Marta), todos pertencentes à tradição teatral italiana. Codificados e com muitas indicações que são necessárias (e bem vindas) à boa fruição de uma obra desse tipo, a condução nesse sentido “facilita” a vida do espectador na medida em que o dispensa de maiores apresentações acerca de quem participa da história, convidando a plateia para que se vá direto ao ponto, ou seja, a história em si. <br />
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Os poucos pontos negativos dessa montagem de “A bilha quebrada” dizem respeito ao desequilíbrio do que se vê em termos de construção de personagem: dos oito atores que compõem o elenco, apenas três exibem um bom trabalho. Larissa Tavares é uma delas ao dar a ver uma Eva cheia de arroubos sentimentais, olhos esbugalhados e marcas de frivolidade. Porque, em vários momentos, mantém uma postura muito pesada, próxima do realismo até e, nesse sentido, distante da farsa, Marcelo Mertins, o par que contracena com Tavares não obtém tantas vezes o mesmo bom resultado, faltando-lhe mais afetações e mais histerismos próprios do código que seu personagem representa. Claudia Lewis, numa ótima performance, é forte, presente, viva em cena. O egoísmo da sua personagem é manifestadamente claro: ela não quer saber da felicidade da filha (trata-se de uma farsa e não de uma peça realista, repito), mas exige que o culpado pela quebra de seu tesouro seja encontrado e punido. Martha é, portanto, o par perfeito para contracenar com o Juiz Adão, personagem brilhantemente interpretado por Luís Franke, sem dúvida, o melhor desempenho da produção. Adão é egoísta, mas tão simples quanto Martha. Ambos, querendo apenas ver o seu problema resolvido, não têm sucesso como esquematizadores de trapaças, não sendo ardilosos, como poderia ser o Escrivão. Adão precisa se livrar do seu antagonista, o Desembargador Walter que, nessa produção, é interpretado por Marcelo Crawshaw, e Franke concretiza essa intenção com exímio talento e técnica, produzindo na assistência interesse, riso, divertimento, prazer estético ímpar. No entanto, a construção de Crawshaw (Walter), assim como a de Ariane Mendes (Dona Brígida) e de Luciano Pieper (o escrivão Licht) estão apagadas, frágeis, fracas. O primeiro sustenta o personagem apenas pelo arregalamento dos olhos, a segunda por uma leve curvatura na coluna e o terceiro deixa ver apenas um sutil sorriso ao proferir suas falas, sem mais marcas que sejam resultados de digna exploração do universo que eles poderiam representar. Renata Teixeira, que interpreta o Meirinho, perde vários momentos cômicos, mas é responsável por alguns, o que é positivo. <br />
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Com algumas baixas, Clovis Massa apresenta à capital gaúcha uma produção cheia de méritos. Os figurinos de Rô Cortinhas estão excelentes. Documentando uma época distante, em todos os detalhes (embora falte uma aliança na mão da viúva Martha), a proposta concentra, isto é, dá centro para a narrativa, concordando com a codificação dos personagens, como acima se disse. A concepção de Marco Fronckoviak para o cenário, bem como a de Cláudia De Bem para a iluminação, explora o universo do Teatro de Arena, valorizando as possibilidades que o espaço oferece de forma a engrandecer a produção. A trilha sonora de Marcão Acosta age positivamente no mesmo sentido: dar leveza para a história, agilidade, rapidez. Entre todos os signos plásticos, o que atinge o melhor resultado é a maquiagem de Margarida Leoni Peixoto. Os “machucados” na cabeça do Juiz Adão estão perfeitos, parecendo sangrar ao longo da evolução da narrativa através do contato do suor do ator Luís Franke com a tinta utilizada. Responsável geral pela produção, é de Clóvis Massa o parabéns final por um espetáculo tão bem cuidado, apesar de alguns deslizes isolados, que, perfeitamente, podem oferecer outros resultados melhores no caminhar das muitas temporadas que a montagem merece ter. <br />
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<b>Ficha Técnica: </b><br />
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Montagem do Coletivo Confúcios e Confusos <br />
Texto livremente na obra de Heinrich von Kleist <br />
Direção: Clóvis Massa <br />
Direção Musical e Trilha Sonora: Marcão Acosta <br />
Cenografia: Marco Fronckowiak <br />
Assistente de Cenografia: Yara Balboni <br />
Objetos de Cena: Maura Sobrosa <br />
Iluminação: Cláudia de Bem <br />
Figurinos: Rô Cortinhas <br />
Maquiagem: Margarida Leoni Peixoto <br />
Fotos: Julio Appel <br />
Produção: MS2 Produtora – Sandra Narcizo <br />
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Elenco: Luís Franke (Juiz Adão), Luciano Pieper (Escrivão Licht), Renata Teixeira (Meirinho), Marcello Crawshaw (Desembargador Walter), Cláudia Lewis (Dona Marta Rull), Larissa Tavares (Eva), Marcelo Mertins (Ruprecht) e Ariane Mendes (Dona Brígida).Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-34241328987580477062011-11-20T19:28:00.000-08:002011-11-20T19:28:32.471-08:00Gestos e Restos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkI7y6AC1qQo43JY1mQ60_r0B9QEB2oWhqHOGMnaG7nHb53GJH2Yv7AyWNsraHzeIXPIqSVlir9VM9ttQq_SSa38aaoNvTZiF2J30gjXkmYwCR0qQ6VgeRHy2YIrq3ZFBjp_07ZM900nk/s1600/gestos+e+restos+F%25C3%25A1bio+Zambom.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkI7y6AC1qQo43JY1mQ60_r0B9QEB2oWhqHOGMnaG7nHb53GJH2Yv7AyWNsraHzeIXPIqSVlir9VM9ttQq_SSa38aaoNvTZiF2J30gjXkmYwCR0qQ6VgeRHy2YIrq3ZFBjp_07ZM900nk/s320/gestos+e+restos+F%25C3%25A1bio+Zambom.JPG" width="214" /></a></div><!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<span style="font-size: xx-small;">Foto: Fábio Zambom </span><br />
<br />
<span style="color: #38761d; font-size: large;"><b>Quando a gente se sente bem vindo! </b></span><br />
<br />
“Gestos e Restos” é o novo espetáculo do <a href="http://necitra.com/">NECITRA – Núcleo de Estudos e Experimentações com Circo e Transversalidades</a>. Com concepção, direção e única atuação de Diego Esteves, é fácil reconhecer na produção, além do teatro, a influência das artes circenses e da dança. O todo é a construção de um universo sutil, delicado, frágil, que estabelece a poética por vias bastante peculiares que motivam essa análise a pensar sobre o objeto e não apenas descrevê-lo criticamente. <br />
<br />
Diego Esteves, vestido com um macacão azul (a concepção de figurinos é dele e de Genifer Gerhardt), entra de cara limpa, isto é, sem maquiagem aparente, carregando uma caixa em que se lê: “Frágil”. Dela ele tira alguns objetos que dispõe no palco. Esteves faz ouvir o ritmo de sua respiração e esse é o primeiro sinal de que há algo na concepção que manifesta uma obra não-realista, ou seja, distante da realidade além da narrativa. Quando a assistência contempla o ator concretizar um personagem que tem dificuldades de unir os diferentes pedaços de canos d’água (PVC), relacionando os movimentos que os objetos “parecem” fazer com a trilha sonora pontual de Yano Laitano, é que o clown surge aos olhos da plateia. Clown é um personagem especial para a tradição teatral porque é também um gênero narrativo. Nele, o conflito nasce a partir de uma relação de oposição entre o personagem e o tempo que a situação estabelece. É como se os ponteiros do relógio tivessem sido parados por alguma ação desencadeada pelo personagem ou em sua presença e ele não sabe como lidar com isso. No caso de “Gestos e Restos”, o personagem de Esteves luta contra o sistema que regula a articulação entre os canos e/ou sua vivaz capacidade de agir a guisa do esforço humano. O primeiro de três atos da peça encerra e o espectador já tem instrumentos suficientes para reconhecer-se dentro de um universo poético, que tem resultados positivos, não só no trabalho interpretativo, mas também nas questões plásticas: iluminação, figurino e objetos de cena, na sua coerente discrição, acertam por colaborar positivamente no sentido de estabelecer a concentração dos sentidos e não a sua divergência. <br />
<br />
Na segunda parte, Esteves está vestido em pijamas e vê televisão. Mais uma vez, a situação prega-lhe uma peça: a energia elétrica acaba e ele tem que lutar contra o tempo então estacionado. Bolas surgem e as habilidades malabares do artista encontram momento oportuno para serem vistas. A fragilidade apontada no parágrafo de abertura torna-se uma certeza quando alguns “truques” que deveriam fazer com que certas ações fossem surpresas são descobertos pelo espectador atento. Ao mesmo tempo, o carisma de Esteves, diante da necessidade (?), se mostra como seu aliado quando ele encara o público, interage com ele e brinca com as próprias falhas, lançando sinais de que talvez elas não pertençam a ele, mas ao personagem/figura que ele interpreta. (São bons atores aqueles sabem que tudo o que é feito em cena significa e, por isso, são atenciosos aos mínimos detalhes de sua estada no palco.) <br />
<br />
Desde o início e através das cenas, participam da narrativa depoimentos orais que a assistência ouve e reconhece como sendo de pessoas diferentes e de idades diversas, bem como os temas. No terceiro ato, através de uma caixa frisada, ouvimos um texto recortado proferido por Esteves cujo corpo só vemos partes. O tempo ganha força como elemento que marca a proposta argumentativa/narrativa do espetáculo do ponto de vista da sua forma (a relação da figura com as ações que ele produz/participa) como também do seu conteúdo (o “sobre o quê” é esse espetáculo). A imagem final é tocante. <br />
<br />
“Gestos e Restos” agrada pela sua simplicidade, pela sua pobreza, pela sua gentileza. Não há entraves que tornem difícil estabelecer relações de sentido na percepção do que acontece em cena sob os refletores. Quem está na plateia se sente bem-vindo não penas pela situação social em que se encontra, mas sobretudo pelos recursos estéticos que a peça traz ao longo do tempo de sua encenação. Diego Esteves, que teve orientação de Paulo Guimarães, e seu grupo estão de parabéns. <br />
<br />
* <br />
<b><br />
Ficha técnica: </b><br />
Concepção, direção e atuação: Diego Esteves <br />
Orientação cênica: Paulo Guimarães <br />
Coreografias: Diego Esteves <br />
Trilha original: Yanto Laitano <br />
Cenografia: Diego Esteves e Karla Dufech <br />
Figurino: Diego Esteves e Genifer Gerhardt <br />
Produção: Ana Luiza Ferreira e Mônica Marin <br />
Orientação de percussão: Anderson AmaralRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-35236200874606847432011-11-15T12:55:00.000-08:002013-11-06T08:09:18.938-08:00Argumento para o espaço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Bernardo Jardim Ribeiro</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b style="color: #38761d;">Amostra de técnica, mas nada além </b></span><br />
<br />
Não importa quão cheia de curvas seja a letra, quantos detalhes suas formas assumam em relação ao básico, seu tamanho e preenchimento, tampouco o lugar que ocupam na folha. Se elas não estiverem articuladas umas às outras, as letras não significarão e, aqui, faço questão de lembrar que a ausência de significado é, também, um significado e, portanto, também carece de articulação. Ainda na mesma metáfora, sabe-se que a articulação é exercício da percepção, mas também é sabido que, no âmbito da comunicação, é preciso que haja marcas internas à obra que permitam identificar o objeto como um objeto em destaque pela sua existência em favor de algo que não apena existir. “Argumento para o espaço”, novo espetáculo da <a href="http://lupaludomimese.blogspot.com/">Mímese Cia de Dança-Coisa</a>, tem apenas como marca o fato de acontecer num palco, com trilha sonora, com figurinos e com refletores que, ao acender, marcam o início e, ao apagar, marcam o fim. Ou seja, internamente, quase nada o justifica enquanto objeto artístico. Voltando à metáfora inicial, podemos encontrar nesse espetáculo, letras bonitas, formas bem apresentadas, mas nada pode ser lido além do fato visível de ser várias letras dispostas em uma folha. De forma objetiva, sai-se certo que estamos diante de bons bailarinos, e Luciana Paludo e Thiago Rieth são os melhores, mas nada além. <br />
<br />
O espetáculo é composto de dois momentos. No primeiro, “Voar é com os pássaros”, Luciana Paludo, vestida de negro, dança ao som do piano tocado ao vivo por Ettore Sanfelice. Pelo jeito como os seus movimentos são apresentados, mas, também, pela palavra “pássaro” estar presente no programa entregue na entrada do teatro, é possível que a interpretação da bailarina seja lida no sentido de apresentar uma figura próxima de uma ave. Por ave, à cabeça (minha), vem a ideia de liberdade, de vôo, mas também de fragilidade. Ponto final. Um ângulo de 45º aberto para cima é um V, para baixo e com um traço no meio é um A. Um ângulo de 90º aberto para o lado direito é um L. Uma linha vertical é um I. E, assim por diante, no uso da imagem como argumento para a análise. <br />
<br />
No segundo momento, “Outra espécie”, um grupo de bailarinos (seis mulheres e dois homens) dança ao som da música uma coreografia marcadamente contemporânea, isto é, movimentos cuja tensão está nas extremidades de onde sai o impulso; desarticulação na relação entre os intérpretes, o que configura uma coreografia da diferença, e, por isso, distante da dança tradicional; e a exploração de diferentes variedades de ritmos, de formas, de níveis e de tonalidades. A opção estética que se vê na escolha dos figurinos (Laura Bauerman) une os artistas em cena, isto é, propõe uma articulação: todas as bailarinas usam vestidos longos e leves, alguns lisos e outros estampados, enquanto os homens vestem calças e camisas lisas e também leves. Mas figurino é signo plástico e não cênico e, portanto, ele ilustra, complementa e, por si só, não torna um movimento em um signo teatral. <br />
<br />
“Argumento para o espaço”, assim, é um espetáculo com início, meio e fim, mas que não oferece ao público chances de fruí-lo como um texto, a não ser pelo fato de ter um título, uma primeira e última linha e uma assinatura. Oferece imagens interessantes, construídas por artistas que exibem, com algumas exceções, talento e técnica, mas que não se articulam, nem se estruturam sob uma possível conceitual desarticulação. <br />
<br />
*<br />
<br />
<b>Ficha técnica: </b><br />
Desenho de luz: Karrá <br />
Figurino: Laura Bauerman <br />
<br />
"Voar é com os pássaros"<br />
Ensaiadora: Bethany Martínez <br />
Intérprete: Luciana Paludo <br />
Coreografia: Eva Schul <br />
Música: Ettore Sanfelice/em forma acústica <br />
<br />
"Outra Espécie"<br />
Concepção e interpretação: Luciana Paludo <br />
Intérpretes colaboradores: Ana Carolina Klacewicz, Bethany Martínez, Paola Vasconcelos, Paula Finn, Regis Coimbra, Roberta Pedroni, Thiago Rieth. <br />
Assistente de coreografia: Roberta PedroniRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com28tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-57719498863371948662011-11-15T11:31:00.000-08:002011-11-15T11:31:16.639-08:00Maldito coração, me alegra que tu sofras<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-wYYnugo8aWA/TsK9zLZVPFI/AAAAAAAAB7M/xTGxDJ1UEXw/s1600/Nath%25C3%25A1liaSchneider+18_06.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://3.bp.blogspot.com/-wYYnugo8aWA/TsK9zLZVPFI/AAAAAAAAB7M/xTGxDJ1UEXw/s320/Nath%25C3%25A1liaSchneider+18_06.JPG" width="320" /></a></div><!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<span style="font-size: xx-small;">Foto: Nathália Schneider </span><br />
<br />
<span style="color: #38761d; font-size: large;"><b>Clássico </b></span><br />
“<a href="http://www.youtube.com/watch?v=a6yWkekC1fg">Maldito coração, me alegra que tu sofras</a>” é um clássico. Mas o que é um clássico? Quando a palavra não se refere a uma obra vinculada ao classicismo, ela quer dizer peça (filme, música, artes plásticas, cênicas, arquitetura...) que, ao longo do tempo, teve o seu valor reconhecido e ratificado, de forma que, então, passou a figurar no repertório básico que deve ser conhecido por todos aqueles que se interessam pelo tema. A trindade Vera Karam, autora do texto; Mauro Soares, diretor do espetáculo; e Ida Celina, intérprete do monólogo, são os responsáveis pelo sucesso que fez, dessa peça teatral, um objeto que não deve deixar de ser conhecido por quem se interessa por teatro gaúcho. O problema (?) é que o teatro acontece apenas no ato de sua apresentação, de forma que, diferente das outros exemplos, quem não lhe assistiu quando estava em cartaz, não poderá ter acesso a ele até que, um dia, volte a ser apresentado pelos mesmos responsáveis (porque, também diferente dos outros exemplos, não é possível desvincular uma peça teatral de quem a faz, ou se terá outra peça com outros fazedores.) <br />
<br />
Lançado em 1996 e apresentado centenas de vezes nos últimos quinze anos, a encenação permanece viva e pulsante. O texto que dá a ver uma mulher a modificar a própria história no momento em que ela mesma a conta, ilumina uma personagem que se conhece enquanto se apresenta a desconhecidos. Seu passado ganha novas cores quando é visto pelo olhar do presente, o que é, sem dúvida, uma bela metáfora para o teatro que renasce em cada início de apresentação, fazendo pontes com as apresentações anteriores e as decisões estéticas próprias do processo de ensaios, mas havendo o inevitável e essencial esforço no apagamento das repetições expresso pela intenção vital de parecer novo. “Maldito coração, me alegra que tu sofras” vence a barreira da cristalização, a morte do teatro, deixando ela para o texto dramático, a vida da literatura. <br />
<br />
A direção de Mauro Soares é pontual, equilibrada e correta. Por correta, quero dizer que o diretor torna teatro o que é literatura: estabelece variações de ritmo no contexto do tempo e do espaço tridimensional, mobiliza os signos para a evolução da narrativa, articula as ideias expressas através da atriz, do figurino e da maquiagem, da luz e do cenário de forma a construir uma estrutura coesa e coerente. Ida Celina explora os vários níveis, percorre espaços, interage com o público, propõe. A narrativa se estende em ascendência, utilizando a seu favor qualquer marca de previsibilidade possível. <br />
<br />
Ida Celina está excelente. Nela é possível identificar positivas explorações de diversos níveis de tonalidade e força na voz, nos movimentos corporais, nas direções do olhar. A personagem é vista com tantas marcas de verossimilhança que a catarse necessária para a boa fruição da peça encontra lugar confortável para o seu estabelecimento. Ida emociona, faz refletir, enternece e diverte. Nela, está o teatro que é uma ideia em Karam e uma intenção em Soares. Nela está o perigo de encontrar-se com o público, a impossibilidade de parar no meio da apresentação e o merecido aplauso final. <br />
<br />
“Maldito coração, me alegra que tu sofras” é um dos tijolos que dá base para o teatro gaúcho no âmbito de sua história contemporânea conhecida. Da fundação do Teatro de Equipe pra cá, poucas produções tiveram e têm a mesma importância. Porque ainda temos a possibilidade de assistir-lhe, devermos agradecer pela oportunidade e acorrer. <br />
<br />
* <br />
<br />
<b>Ficha técnica: </b><br />
Atriz: Ida Celina <br />
Texto e Trilha Sonora: Vera Karam <br />
Direção: Mauro Soares <br />
Cenário e Figurino: Alexandre Magalhães e Silva <br />
Iluminação: João Acir <br />
Operação de Luz: Antônio Carlos Brunet <br />
Operação de Som: Fernando Zugno <br />
Produção Geral: Fernando ZugnoRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-46348954915224974982011-11-14T13:40:00.000-08:002011-11-15T07:22:24.726-08:00Philoktetes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-DDCUE6rD9ic/TsGKRQNdCyI/AAAAAAAAB7A/SmQE0JtPzlw/s1600/PHILOKTETES_ana+fonseca.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-DDCUE6rD9ic/TsGKRQNdCyI/AAAAAAAAB7A/SmQE0JtPzlw/s320/PHILOKTETES_ana+fonseca.JPG" width="213" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Ana Fonseca</span><br />
<br />
<span style="color: #38761d; font-size: large;"><b>O excelente Gustavo de Araújo </b></span><br />
<br />
A elogiosa versão de “Philoktetes”, em cartaz no Projeto Novas Caras, é a do dramaturgo alemão Heiner Müller (1929-1995), publicada em 1965. Estabelecendo um diálogo com o texto clássico de Sófocles e com o de André Gide, Müller confere um certo ineditismo ao mito grego, distanciando ele da trágica subserviência do homem aos desígnios divinos, propondo algumas questões éticas fundamentais, sem que as alterações levem a pensar a versão como um resultado de alguma atualização (no sentido meramente temporal do termo). Apresentado no Brasil pela primeira vez em 1988 (direção de Marcio Aurélio), o espetáculo agora dirigido por Paulina Nólibos tem, além do mérito de trazer ao público porto-alegrense um contato com esse texto tão importante da dramaturgia mundial, um saldo altamente positivo: apresentar o ator Gustavo de Araújo. <br />
<br />
A produção é pequena, mas não modesta. No texto, Müller exclui o coro e foca a situação no diálogo entre apenas três personagens: Ulisses (Luciano Heidrich), Neoptólemo (Luciano Bisol) e Filoctetes (Gustavo de Araújo). No que se refere à interpretação dos atores, considerando o fato da peça ter sido apresentada em uma janela que se destina à apresentação de novos profissionais, encontram-se bons trabalhos diante de um texto tão duro, esse ainda mais rígido pela importância da retórica em sua encenação. Embora, o dizer dos diálogos careça de mais corporalidade e menos formalismo, é evidente que houve notável trabalho de interpretação em artistas que ainda convivem com sua própria inexperiência. O resultado é, apesar das adversidades, um bom trabalho de direção que se vê através da positiva forma como os três atores dispõem os corpos em cena: os pés bem firmes no chão, os joelhos flexionados e os ombros abertos, o que, em alguns momentos, faz com que as palavras pareçam sair mecânicas e, por isso, sem vida. Ressalta-se, sem dúvida, o fato de que isso raramente acontece em Gustavo de Araújo, que interpreta o protagonista, cujo único ponto negativo a ser levantado é que, em poucas ocasiões, o volume de sua voz é baixo demais, dificultando a boa assistência. <br />
<br />
Araújo interpreta o protagonista em uma peça que dura quase duas horas. Suas falas são extensas e numerosas. Boa parte de seu texto é dito praticamente deitado no chão (o personagem fora picado por uma cobra nos pés) e seu figurino foi feito com cores pastéis. Ou seja, os desafios para um ator ainda em estágio de formação são muitos e, consequentemente, os seus méritos por tê-los transpostos são ainda maiores. O ator segura a plateia, mantém a atenção e exibe um resultado brilhante no uso do ritmo e da variação tonal, da exploração de marcas corporais de verossimilhança e de valorização das intenções. <br />
<br />
Presente no texto, a aparição de palhaços no início e no entreatos é um dos pontos mais negativos da peça dirigida por Nólibos. Clown é um gênero interpretativo tão sério quanto a tragédia é enquanto gênero narrativo. Colocar dois atores em roupas de palhaços e estimulá-los a fazerem “brincadeiras” em cena faz a produção sair do “feito apesar das dificuldades” e ir para o “mal feito”. Intenção de Müller, a articulação entre a reflexão sobre ética proposta pelo texto e aquela proposta pelo jogo entre clowns não se cruza na produção de Nólibos pelo desequilíbrio existente na viabilização delas. Enquanto a tragédia é apresentada com louvor, as cenas dos clowns, nem de longe, são dignas dele. O constrangimento só não é maior do que diante das intervenções da banda Stella Can, que acontecem antes do primeiro e do segundo ato e no final da peça. O rock em inglês, cantado por três jovens garotas em roupas contemporâneas, não estabelece nenhuma possibilidade de articulação com a peça e permite pensar que a opção foi um aproveitamento da oportunidade da janela pública para mostrar o trabalho musical, o que seria extremamente negativo. <br />
<br />
Para que a Guerra de Tróia seja vencida, é preciso que entrem em jogo as armas de Héracles (Hércules, em latim) e Filoctetes, que está isolado na Ilha de Lemnos, as detém. Buscá-las é o que move Ulisses e Neoptólemo, situação que permite pensar sobre a relação entre os homens e o poder (Levar Filoctetes para a guerra trará poder a Ulisses e a Neoptólemo?), os homens e os seus instrumentos (Quem é mais importante? Filoctetes ou as armas que ele tem?) e os fatos e as notícias sobre eles (O que aconteceu na Ilha de Lemnos não é o mesmo que será espalhado. Quais as implicações?). Por levantar essas questões, o espetáculo “Philoktetes”, com vários aspectos positivos acima levantados, consiste em um grande momento na execução desse projeto tão valoroso que é o Novas Caras. Parabéns.<br />
<br />
*<br />
<br />
<b>Ficha técnica:</b><br />
<br />
Autor: Heiner Müller<br />
Direção: Paulina Nólibos<br />
Assistência de Direção: Raquel Zepka<br />
Elenco: Gustavo de Araujo, Luciano Bisol e Luciano Heidrich<br />
Trilha Sonora: Stella Can: Baixo - Juliana Nólibos | Guitarra - Luiza Gressler | Bateria - Mariana Corbellini<br />
Figurino: Paulina Nólibos e Evelyn Mandiar<br />
Cenário: Grupo Núcleo<br />
Iluminação: Lucca Simas e Fabrício Miranda<br />
Produção: Gustavo de Araujo e Geórgia ManfróiRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-11302044965496764062011-11-12T10:03:00.000-08:002011-11-12T10:03:11.482-08:00Uma aventura farroupilha (março de 2006)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-MLQgYD-7CDY/Tr60x-Q0o_I/AAAAAAAAB6k/sSvW7vXxjbU/s1600/aventura.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="http://1.bp.blogspot.com/-MLQgYD-7CDY/Tr60x-Q0o_I/AAAAAAAAB6k/sSvW7vXxjbU/s320/aventura.jpg" width="320" /></a></div><!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<span style="font-size: xx-small;">Foto: divulgação</span><br />
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<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Partir é só o começo de chegar </span></b><br />
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A nova produção da Oigalê Cooperativa de Artistas Teatrais pode, como toda boa história, ser resumida numa só frase: A história de um menino que procura o seu irmão. Uma sentença simples de cujos significados saem “Uma aventura farroupilha”. Convém a nós descobrir as texturas que esses sentidos ganham ao sair ao mesmo tempo de um livro, de um texto e de uma equipe talentosa de cabeças pensantes. <br />
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Ao pôr a frase num ampliador, descobrimos que o menino é um colono vindo com seus pais da Alemanha. Também que o irmão precisa ser procurado porque fugira de casa para se juntar às tropas dos revolucionários liderados pelo Cel. Bento Gonçalves. E aí, nesses dois avanços, já descobrimos duas faces de uma mesma época, a metade do século XIX: tempo de colonização européia e tempo da Revolta dos Farrapos. O lugar? O Estado do Rio Grande do Sul. <br />
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Dada a história, passemos ao contador, ou melhor, aos contadores. O grupo Oigalê é formado por seis atores que há sete anos produzem espetáculos baseados em contos e lendas da região sul. “O Negrinho do Pastoreio” e “Deus e o Diabo na terra de Miséria” são fortes exemplos da preocupação que mostram ter com um trabalho de qualidade, e que tenha em seu interior a difícil mistura de elementos folclóricos, muita criatividade e um carisma reconhecível. O resultado disso pode ser visto no conjunto de apoiadores e patrocinadores que, apesar da situação difícil que vários grupos da capital convivem, acreditaram no sucesso da idéia baseados na responsabilidade que a marca Oigalê orgulhosamente sustenta. <br />
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Sediados num espaço que é também destinado a outros grupos teatrais no Hospital Psiquiátrico São Pedro, o grupo pode ser mais facilmente encontrado nas ruas, cercados por uma trilha de erva-mate, sobre pernas-de-pau e objetos, que se tornam outros objetos num ritmo perpassado pelas idéias que eles vão colecionando acerca de como contar bem uma boa história com apenas o absolutamente necessário. E, em meio a tudo isso, descobrimos “Uma aventura farroupilha” como uma exceção no repertório dessa importante trupe. <br />
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A nova montagem se destina e é apresentada em sala escura, o que exige uma linguagem diferente da que o grupo está habituado. Em linguagem, incluímos novo pensar a respeito da composição de cenário, figurino, luz e trilha sonora, mas, sobretudo, da composição dos personagens e da movimentação de cena. <br />
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Diferente das outras montagens, que começam pelo refrão “Oigalê, Oigalê, Oigalê!”, esta começa pelos tradicionais três toques de campainha, sendo que, já no primeiro, assistimos à entrada dos músicos. A história inicia na elevação de uma casinha, que nos remete à família alemã, cuja história será o mote para o espetáculo. Mas a beleza poética de elementos de cena tão lindos como a própria casinha e seus moradores – a carta-pergaminho, a mesa que se torna barco e depois carroção e as cinco lanças que se tornam barras da prisão – têm seu sentido disperso no conceito de funcionalidade em que se prendeu a direção. O mesmo aconteceu com a movimentação dos atores, que deixam transparecer às vezes um imenso vazio de significado artístico, esse sufocado pela técnica a la Broadway do entra e sai de coisas e troca de roupa do elenco. <br />
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A criatividade em excesso é difícil de manter por todo o espetáculo, que não vai num crescente como deveria, já que é difícil superar uma casinha de onde sai fumaça pela chaminé e uma mesa que tão belamente transporta a família alemã à Colônia de São Leopoldo em 1838. Efeitos visuais como esses só encontraremos mais tarde, na figura do Cel. Bento Gonçalves, que nos faz lembrar o mágico de “O mágico de Oz”. Há um duelo imperioso (e desleal) entre os atores com seu talento exposto de forma diferenciada, e a imagem que se convenciona construir a cada segundo de espetáculo. <br />
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Excelente a interpretação de Vera Parenza, com certeza a melhor figura da narrativa. Seu olhar por entre a luz do lampião, enquanto mãe alemã, é o que mais eficientemente resume o refrão “Partir é só o começo de chegar. Chegar é só o começo de viver!”. É o instante em que nos lembramos de que todo o resto só é importante enquanto for apenas resto. E as crianças, principal público-alvo (o espetáculo está em cartaz no horário das 16 horas), vibram com os restos ao mesmo tempo em que, de forma inconsciente, sentem a energia quando esta vem. <br />
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Movimentos como o do Conde caminhando sobre a mesa dos Schmitt, ou o do Cel. Picucha cavalgando em sua “Docinho” – sem esquecer da cena da batalha, quando os revolucionários perdem para os imperiais – divergem de marcações duvidosas, como a cena de Franz e Kurt conversando a respeito da guerra lida nos jornais de Herrmann, da laçada de Franz por Juvêncio, de Ana Maria e seu lençol, das lembranças de Franz ao voltar pra casa e ainda do encontro tão esperado dos irmãos, todas elas campo fértil para um lirismo que não chega a aparecer. Falta motivação narrativa na composição da história de cada personagem, e sentimos também a ausência do que se convenciona marcante para o espetáculo desde o seu início: os grandes efeitos visuais, estes produzidos pela presença ritualística de acordes bem dados e elementos cenográficos bem transportados. <br />
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No elenco masculino, destaca-se a interpretação de Carlos Alexandre, que, procurando fugir dos opostos de que está rodeado, caras e bocas canastronas de um lado e inexpressividade de outro, constrói figuras que não são meramente artificiais, mas que, em sua simplicidade, buscam resumir a essência do espetáculo. Chama a atenção o “seu” Conde, o amigo Floriano e o oficial inglês. <br />
<br />
Bem como os figurinos, a dramaturgia atende às expectativas e é digna de elogios. A riqueza da história, contada desde o início para crianças, renova o conceito de ingenuidade através de roupas que passam por guerras sem perderem a cor e o brilho, e dos dois irmãos que se encontram por acaso numa venda de beira de estrada. Não poderia ser diferente, já que convém a humanidade a manutenção dos sonhos nas crianças e também nos adultos. Excelente a incursão de uma proprietária do que podemos chamar de “Casa de Tolerância”, bem como a reflexão sobre o acordo assinado em “Ponche Verde”, o que mostra os diferentes níveis de compreensão que a história inicialmente escrita pelo imortal Moacyr Scliar guarda em si. <br />
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Trilha sonora e iluminação são recursos que prescindem dos atores. A trilha é muito bem tocada e cantada ao vivo pelos atores (com destaque à cena de Garibaldi e Anita em que o mesmo acordeon é usado conjuntamente por Vera Parenza e Vinicius Petry), que nem sempre estão disponíveis para isso. Há grandes momentos de silêncio em cena, quando nossos ouvidos sentem a falta das vozes. Ótima a interpretação de “Nun ade, du mein lieb Heimatland” por Fernanda Beppler, que interpreta, nesse momento, o jornaleiro alemão Herrmann. Destoante a interpretação da música final, quando a expressão facial de alguns atores mostra que nem todos sabem a letra e outros parecem não gostar dela. Quanto à iluminação, a análise dela reporta o que já foi dito acerca da má utilização dos grilhões da funcionalidade. <br />
<br />
Muito interessantes são os recursos de sombras utilizados na contagem da história. Único fim da presença do fundo branco (que expõe e esconde a presença do Cel. Picucha e que também quebra o ritmo das entradas e saídas dos atorem em cena), as imagens dos animais (cavalos, coruja, cobra...) e a cena da conversa de Franz com seu pai são, com certeza, um dos momentos mais carismáticos desse espetáculo. Junto a isso, lembramos do boneco de Franz, que é um forte referencial de toda a docilidade que o Oigalê pretende para esse espetáculo. <br />
<br />
Enfim, na dicotomia entre fantasia e realidade, ficamos com o talento do grupo Oigalê e com a apropriação de uma frase dita em cena: “Ser corajoso é também trabalhar com teatro orgulhosamente gaúcho!” Palmas para o Oigalê pelos sete anos de vida e nosso agradecimento por mais essa montagem, que certamente terá muitos anos de vida, para o nosso benefício!<br />
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*<br />
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<b>Ficha técnica:</b><br />
Texto: Moacyr Scliar<br />
Dramaturgia: Taís Ferreira<br />
Direção: Ramiro Silveira<br />
Elenco: Carlos Alexandre, Fernanda Beppler, Giancarlo Carlomagno, Hamilton Leite, Vera Parenza e Vinícius Petry Preparação para teatro de sombras e bonecos: Paulo Martins Fontes Trilha sonora: Cristiano Hanssen<br />
Ilustrações: Rodrigo Rosa<br />
Assessoria histórica: Tau Golin<br />
Figurinos: Heinz Limaverde<br />
Cenário e adereços: Zoé Degani<br />
Arte gráfica: Vera Parenza<br />
Criação de luz: Giancarlo Carlomagno<br />
Produção: Oigalê CATRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-50558467497741075642011-11-12T09:51:00.000-08:002011-11-12T09:51:33.449-08:00A Canção de Assis (março de 2006)<!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<span style="color: #38761d; font-size: large;"><b><br />
Ser feliz é ter alguém para descascar sua maçã </b></span><br />
<br />
Uma história simples, quando bem contada, torna-se uma aventura recheada de boas sensações. Esse é o caso de “A Canção de Assis” que, para o nosso bem, segue em cartaz em Porto Alegre, palco de boas peças infantis. Uma história simples que merece a nossa atenção por ter conquistado antes a preocupação de todo um grupo de artistas envolvidos na prática de nos envolver. E conseguem! Graças, entre muitos, a São Francisco de Assis, o homem que conversava com pássaros. Encontramos aí o segredo do Grupo Farsa: tornar-nos pássaros para que possamos com eles conversar. <br />
<br />
Poderíamos encontrar em “A Canção de Assis” apenas mais uma história de um menino que procura por alguém durante todo o texto até encontrá-lo no final. Também não seria injusto observar um musical infantil a mais na capital gaúcha. Ou ainda perceber nessa montagem mais um circo de técnicas que visam nos surpreender. No entanto, estaríamos, com isso, abdicando de toda a complexidade de uma produção que congrega tão belamente vários elementos bem situados. Tratemos cada um deles, enquanto tentamos descobrir, na parte, a essência do todo. <br />
<br />
O elenco é formado por sete atores, que se alternam em muitos personagens. Durante toda a peça, os vemos trocando de roupa no fundo do palco, onde há araras e chapeleiras que nos dão visão da grandiosidade do que está por vir. Mas o espaço cênico é tão bem delimitado que, o que sentimos a partir da cena, prende a nossa atenção a ponto de chegarmos a conclusão de que não vale a pena ficar antecipando segredos do que ainda está por vir. Para isso, houve o cuidado da direção de manter sempre algum ator na linha intermediária entre o foco e o que podemos chamar de coxia aberta. Esse funciona como alguém que nos mostra onde deverá estar nosso olhar, nosso representante em palco, observando a história, como se ela estivesse sendo narrada e não mostrada. O tom de narração suspensa, produzido por esse efeito de intermediariedade, nos convida a alçar vôo pelos sentidos múltiplos discretamente utilizados na contagem da história. <br />
<br />
Com a exceção de Cássio Schonarth, os atores são bonitos em cena. Os olhos brilham, os lábios sorriem, o corpo participa ativamente da ação, sendo ou não participante do momento dramático em questão. Excelente a preparação corporal de Sofia Schul que, interpretando, entre outras personagens, a malvada Corvina, situa-se como uma das melhores composições do elenco. Braços e pernas se movimentam ritmicamente bailando por entre os espaços do que é dito (e nem sempre falado) em cena. O mesmo pode se dizer de Cris Pereira e, em especial, de Lucas Krug, o expoente masculino de um grupo de ótimos atores. Os tipos bem característicos, ainda que baseados em estereótipos (como devem ser) são vivos e transmitem, além de plástica, muita sonoridade ao texto. Destaca-se, entre todos, a doce figura de Simone De Dordi, que elevando a construção tipológica dos outros atores ao nível da profundidade estética, emociona o público com Pitoco, protagonista da história, muito bem interpretado. Cássio, ainda que exibindo corporalmente preocupação em excesso com um resultado que enfim não lhe agrada, não entra na história, não dialoga com demais. Falha também é a preparação corporal de Marcos Chaves e Aline Sokolovsky, cujas intepretações não alcançam o nível estabelecido por Schul, Pereira, Krug e Dordi, ainda que não deixem a desejar. <br />
<br />
As possibilidades deixadas por Júlio Fischer, autor gaúcho radicado em São Paulo desde os anos 60, atualmente um dos autores do global O Sítio do Pica Pau Amarelo, foram maestralmente aproveitadas por Gilberto Fonseca, também diretor de Os Farsantes e A princesa engasgada. A transformação de Jeremias em um boneco manipulável, embora o texto de Fischer indique um ator, é uma audaciosa opção que representa a coragem do diretor em apostar numa idéia duvidosa. Meses depois da temporada de estréia, Jeremias torna-se uma das características mais marcantes da produção que merece os elogios de uma platéia inteligente e sensível. A interposição de momentos líricos em meio à cenas cômicas é outra ação perigosa. Mas, embora a iluminação seja um problema em muitos momentos, atos como o primeiro encontro de Pitoco e Jeremias, a cachoeira de Pitoco e Francisco, a descolagem da estrela na noite e os carinhos trocados entre o burro e o menino são, sem qualquer dúvida, imagens que permanecem na retina. <br />
<br />
Ao percorrer a Itália em busca de Jeremias, o público é envolvido por muitas situações interessantes. A cena do mercado público é um exemplo delas, mas há outras, como um cavaleiro de armadura de ferro, senhoras em seus afazeres, bêbados vendo pessoas que voam e o próprio sol que desce à terra para falar com São Francisco. Enfim, um carretel de quadros tão bem compostos que tornam difícil, mas implacável, a avaliação sobre a perda de ritmo que a história adquire na junção de todos eles. Mesmo bonita, a dramaturgia não se sustenta por tanto tempo. A montagem, cuja duração torna-se longa demais, permite que esqueçamos do enredo básico: a busca de Jeremias por Pitoco. E, quando essa busca se resolve, também é, em cena, pobre demais para o todo o enredo construído com tanta precisão. O aparecimento de Jeremias, na casa do fidalgo, imediatamente após uma oração de Francisco, é algo que decepciona, que perde-se por entre tanta criatividade exposta ao longo de todo o espetáculo. É o pecado pelo excesso, que esse grupo comete na ânsia de, como diz Krug em cena, “mostrar seu talento”, que faz com que exijamos um final contado de uma forma mais surpreendente. <br />
<br />
Se por um lado figurinos e adereços constroem um espetáculo a parte, é na trilha sonora que se encontra o que há de melhor em A Canção de Assis. As músicas são maravilhosamente bem interpretadas pelo conjunto de atores, o que engrandece esta que é a mais recente montagem do Grupo Farsa. Fernanda Beppler e Lucas Krug, criadores das trilhas, são dignos de aplausos não por uma, mas por todas as canções, destacando a trilha tema, a música da solidão de Pitoco e a engraçada canção do caminho, interpretada pelo conjunto de atores utilizando chapéus de palha. Essa citação aleatória de músicas, no entanto, não quer representar aqui uma escolha entre as melhores canções de Beppler e Krug, mas destacar momentos especiais na narrativa, como quando somos apresentados aos contadores da história. A música tema domina o ambiente e enche os nossos sentidos de outros significados que não os da nossa vida fora dali, permanecendo em nossos ouvidos por um bom tempo. Também, quando no roubo de Jeremias, a canção “Onde está você, meu amigo?” embala o olhar de Pitoco que busca seu melhor amigo. Fernanda Beppler, que outrora fora atriz do espetáculo, é a responsável também pela direção musical, permitindo ao público fruir de belos solos instrumentais e vocais dessa troupe corajosa, criativa e cheia de talento. <br />
<br />
Entre tantas as possibilidades, a indicação de Assis chegou ao menino através de dois bêbados, que depois são os únicos a notar o vôo de Pitoco e Francisco. Embebidos pois de tantas qualidades, deixemo-nos embalar pela canção que “iluminou com seu farol o nosso canto, o nosso corpo, o nosso gesto, a nossa graça e nos trouxe a esta praça para falar de amor.” E, transformados em pássaros, possamos ouvir a voz de Assis e o talento (e a ousadia) do Grupo Farsa.<br />
<br />
*<br />
<br />
<b>Ficha técnica:</b><br />
<br />
Elenco: Simone De Dordi, Cássio Shonarth, Fernanda Beppler, Lucas Krug, Aline Sokolovsky e Sofia Schul. Direção musical: Fernanda Beppler<br />
Trilha sonora original: Fernanda Beppler e Lucas Krug<br />
Figurinos: Leopoldo Schineider<br />
Direção, Cenário e Iluminação: Gilberto Fonseca<br />
Texto: Júlio Fischer<br />
Produção: Grupo FarsaRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-66485430679342388422011-11-12T09:34:00.000-08:002011-11-12T09:34:10.903-08:00Quintana in Cômoda (agosto de 2006)<!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-bXfLUvd60Zc/Tr6uCn2xqtI/AAAAAAAAB6M/qnYEWtBjzbk/s1600/donacomoda1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-bXfLUvd60Zc/Tr6uCn2xqtI/AAAAAAAAB6M/qnYEWtBjzbk/s1600/donacomoda1.jpg" /></a></div><span style="font-size: xx-small;">Foto: divulgação </span><br />
<br />
<span style="color: #38761d; font-size: large;"><b>Precisamos de início e fim e porquê? </b></span><br />
<br />
Você adquire a sua entrada e entra no teatro. Escolhe uma poltrona e senta. A peça começa e você a assiste. Ela termina e você embora. Certo? Errado no caso de “Quintana in Cômoda”, que mostra que nem tudo na produção artística é narração. <br />
<br />
Três personagens não muito malucos, mas completamente indefiníveis, saem das gavetas de uma cômoda muito maluca, mas bem definida. Aí os personagens voltam pra dentro das mesmas gavetas de onde vieram, levando nos lábios a certeza de ter destruído a milenar e centenária estrutura aristotélica e bakhtiniana de narração. Pode, pois, uma história prender o público justamente por não ter história nenhuma? Pode. O grupo de Erechim prova que sim. <br />
<br />
Na verdade, o fato não é a ausência total de história. Há, sim, uma coisinha aqui, outra ali de enredo. Alguém sai de um lado do palco e chega até o outro, e, no caminho, cruza com outro alguém que lhe dá algo significativo. E, assim, uma sucessão de pequenos eventos que não se relacionam uns com os outros porque não têm, assumidamente, o objetivo de se transformarem num crescente, num ápice, na resolução de um conflito, num ponto de mudança a la Syd Field ou algo do gênero. E é aí que se encontra o grande valor de “Quintana in Cômoda” para o palco porto-alegrense, para a continuidade da obra de Quintana, para, enfim, as nossas almas. <br />
<br />
Adaptar é uma tarefa assustadora para qualquer artista. Transpor uma obra artística para outra é algo ainda pior. Quantos de nós já assistimos a filmes que muito se distanciaram dos livros de que foram adaptados? E músicas vindas de poemas? E quadros vindos de personagens literários? E esculturas de salmos? Podemos dizer, com segurança, que uma obra é uma obra e não outra, e não duas, e não três, e não qualquer adaptação. “Quintana in Cômoda, não é, pois, uma adaptação. É uma obra separada de qualquer outra. Notem que, quando digo outra, me refiro à palavra OBRA. Assim, justifico o que já é dito sobre essa mais nova produção do grupo Teatro de Gaiola: “Quintana in Cômoda” é uma adaptação teatral das imagens do poeta centenário. <br />
<br />
Não perguntem de qual livro saiu o poema tal ou de que texto veio o personagem xis. Tudo saiu do universo quintanar, da obra completa, do verso-alma, do texto-imagem. Por isso, proporciona tanto prazer assistir à “Quintana in Cômoda”: não somos motivados a buscar um culpado, a sentir pena de uma vítima, a querer saber o final. Nossa tarefa é, unicamente, sentar e nos deleitar com as imagens que nos são apresentadas tal como num poema, tal como numa canção, como num quadro com moldura, um pôr-do-sol, uma plantação de girassóis, um balé bem coreografado, uma peça bem feita. <br />
<br />
E, embora tenha sido dito que as coisas em “Quintana in Cômoda” não precisam de um porquê para existir ou acontecer devido a supressão da linha de causa e efeito, convém dizer que a peça faz sucesso porque é bem interpretada, porque é bem dirigida, porque tem uma luz, um cenário e uma trilha que funcionam, e porque nada se destaca. Assim é quando acordamos após uma noite cheia de sonhos: nem sempre dá pra lembrar qual deles foi o mais importante.<br />
<br />
*<br />
<br />
FICHA TÉCNICA<br />
<br />
Roteiro:Ana Carolina Makki Dal Mas<br />
Direção:Fabiano Tadeu Grazioli<br />
Cenografia:Jolcinei Luis Bragagnolo<br />
Figurino:Fabiano Tadeu Grazioli e Jolcinei Luis Bragagnolo<br />
Trilha Sonora: Fabiano Tadeu Grazioli<br />
Iluminação: Ana Carolina Makki Dal Mas<br />
Maquiagem: Grupo Teatro de Gaiola<br />
<br />
Elenco:<br />
Adriano Massaro<br />
Ana Carolina Makki Dal Mas<br />
Tiago Luis Rigo<br />
<span style="color: black; font-size: 10pt;"></span>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-59830440075947219582011-10-29T20:16:00.000-07:002011-10-29T20:39:43.414-07:00Cabaret do Ivo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-uEIA1uSfL5M/TqzBbCR3cOI/AAAAAAAAB6A/av-HiQ25EAk/s1600/296224_231107136950462_100001535329819_694789_109399714_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://3.bp.blogspot.com/-uEIA1uSfL5M/TqzBbCR3cOI/AAAAAAAAB6A/av-HiQ25EAk/s320/296224_231107136950462_100001535329819_694789_109399714_n.jpg" width="320" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Luciane Pires </span><br />
<br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Ruim </span></b><br />
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Resultado do 3º Módulo de Montagem do <a href="http://maisteatro.blogspot.com/">Grupo Experimental de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre</a>, o espetáculo “Cabaret do Ivo” tem seu roteiro construído a partir de sete peças do dramaturgo gaúcho Ivo Bender (São Leopoldo, 1936): “Cabaré de Maria Elefante”, “Mulheres Mix”, “Quem roubou meu Anabela?”, “Surpresa de Verão”, “Sexta-feira das Paixões”, ”Os desterrados/1826” e “As cartas marcadas ou Os assassinos”. Criado em 2008, o grupo e o espetáculo são dirigidos por Maurício Guzinski, que já assinou uma longa e célebre lista de premiadas montagens: “Dona Possança”, “Antonio Chimango” (Açorianos Especial pela Criação, 1985), “Macbeth” (Açorianos de Melhor Cenário e Figurino, 1989), “Amores & Facadas” (Açorianos de Melhor Ator Coadjuvante, 1992), entre outros. Uma vez que os aspectos negativos de “Cabaret do Ivo” são bem mais numerosos que os positivos, essa não deverá figurar no grupo das peças mais importantes do currículo de Guzinski. <br />
<br />
A proposta que é apresentada ao espectador na abertura é interessante. Um cabaret brasileiro: prostitutas velhas, feias e falidas, um local que se reinventa na medida em que depende da imaginação dos freqüentadores, um refúgio. A impressão inicial é de que as histórias e os personagens de Ivo Bender serão representados pelas pessoas que trabalham no lugar: 7 mulheres e 1 homem. A articulação das cenas, no entanto, apaga os personagens contadores, exclui marcas que lembrariam as festas de uma noitada em cabaret e deixa como único recurso de alinhavo uma chamada antes do início de cada cena. <br />
<br />
O primeiro estranhamento vem da maquiagem: os rostos estão pesadamente marcados de preto e branco, em estilo gótico, cuja referência mais próxima é o grupo Kiss. Os penteados, de um modo geral, seguem a mesma estética, deixando ver, apesar do figurino, que os personagens em cena não são prostitutas normais, mas outro algo. Que algo é esse? Quase duas horas depois, quando a apresentação termina, ainda não se sabe, tamanha é a sua distância conceitual dos outros signos. A certeza que fica é de que a dúvida surgida nos primeiros momentos a respeito da identidade das figuras é símbolo de toda a extensa quantidade de opções estéticas não esclarecidas cenicamente. A imensa lista de personagens escolhidos nas obras de Bender, para citar uma opção estética da ordem da dramaturgia, poderia estar unida por matrizes que relacionassem as figuras entre si a partir do sexo, da transgressão, da imoralidade, do distúrbio, da inconsciência, da loucura. Porém a sucessão de cenas é tão grande, as interpretações são tão ruins, os números musicais tão pobremente executados, as marcações tão confusas que, em particular, não há uma só cena bem apresentada na totalidade de seus signos, resultando, em uma visão geral, na perda de uma possível, se existente, ligação temática que tudo justifique. O argumento inicial de que, por estarmos em um cabaret brasileiro, as falhas deverão ser compreendidas pelo público não é suficiente. Interpretar o mal feito, “fazer de conta” que está falhando, errar intencionalmente são signos teatrais, o que é diferente de proporcionar à plateia da capital gaúcha um espetáculo ruim, como é o caso. <br />
<br />
Há alguns destaques negativos no elenco: André Gazineu, Samanta Sironi e Naiara Harry. O trabalho de interpretação de Gazineu não apresenta bom ritmo, dicção clara, movimentos verossímeis. Suas participações, que ganham importância por ser o único ator do elenco, pesam as narrativas pela dureza demonstrada, marca de inexperiência. A voz de Sironi é baixa em relação às demais atrizes do espetáculo e, em suas cenas, é possível identificar problemas na respiração: em vários momentos, nota-se que a atriz fica sem ar ao dizer frases longas. Por ser a atriz mais experiente do grupo, está em Naiara Harry a maior decepção. Em “Cabaret do Ivo”, se repetem os mesmos problemas já encontramos em “<a href="http://teatropoa.blogspot.com/2010/04/maes-sogras.html">Maes & Sogras</a>”: voz exageradamente grossa, desprovida de entonações e tom agressivo na grande maioria de seus momentos. Mal dirigida nas várias personagens que interpreta ao longo da encenação, todas as construções de Harry são realizadas igualmente, apresentando os mesmos defeitos: muito grito, muitas marcas de intenção, movimentos faciais e corporais exagerados, como se o figurino e a maquiagem já não cumprisse esse papel suficientemente. <br />
<br />
Pontos positivos? Sim, felizmente eles existem e não apontá-los significaria tornar essa análise inconsistente. Ainda que deixando os atores no escuro no proscênio em vários momentos em que as cenas são apresentadas, a iluminação de Carmen Salazar, junto com ótimos figurinos de Lara Coletti e de Mariana Schuch são responsáveis por quadros bastante interessantes ao longo da encenação, como, por exemplo, as cenas em que as cadeiras representam uma espécie de prisão ou, na cena final, quando dispostas em torre. O cabelo e a maquiagem de Fabrízio Rodrigues atenderam a uma opção estética não reconhecida por essa análise, mas, mesmo assim, deve-se dizer que a afirmação plástica está bem posta. A direção musical de Marcelo Delacroix, no que diz respeito à escolha das músicas, e as coreografias de Carlota Albuquerque são pontos altos, como também o são alguns momentos da interpretação de Silvana Ferreira, especialmente nas cenas cômicas. <br />
<br />
“Cabaret do Ivo” é uma produção difícil de ser lida a partir de um gênero cênico narrativo. Embora pareça uma comédia, possui diversas cenas dramáticas. A maquiagem e o figurino podem aproximar do realismo fantástico, os números musicais do gênero musical americano (que não tem quase nada a ver com o teatro de revista brasileiro), havendo ainda diversas possibilidades de leitura enquanto melodrama ou boulevard. Diante de tudo isso, reencontrar o excelente trabalho de interpretação de Juçara Gaspar é um enorme ganho. Com talento já bastante elogiado em “<a href="http://teatropoa.blogspot.com/2009/10/frida-kahlo-revolucao.html">Frida Kahlo, à revolução</a>”, a atriz, mais uma vez, chama positivamente a atenção por seu domínio de cena, sua vibrante variação tonal, sua disponibilidade física e pelas marcas de veracidade postas a serviço de seus personagens. Sem dúvida, suas participações são os melhores momentos da montagem. <br />
<br />
“Cabaret do Ivo” sai de cena, deixando os personagens de Ivo Bender aquém de suas possibilidades e a cena teatral à espera de uma montagem profissional relevante de um texto de nosso maior e mais querido dramaturgo vivo. <br />
<br />
* <br />
<br />
<b>Ficha técnica: </b><br />
<br />
Elenco: Amanda Novinski, André Gazineu, Dinorah Araújo, Juçara Gaspar, Naiara Harry, Paula Souza, Samanta Sironi e Silvana Ferreira<br />
Figurino e Adereços: Lara Coletti e Marina Schuch <br />
Direção de Atores: Laura Backes<br />
Direção Coreográfica: Carlota Albuquerque<br />
Direção Musical: Marcelo Delacroix<br />
Direção Geral: Mauricio Guzinski<br />
Roteiro: Grupo Experimental de Teatro e Mauricio Guzinski<br />
Iluminação: Carmem Salazar / SEOTE/SMC<br />
Maquilagem e Cabelos: Fabrízio Rodrigues<br />
Trilha Sonora: Marcelo Delacroix e o Grupo <br />
Produção: o Grupo e CAC/SMCRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-32410707785057514982011-10-23T05:33:00.000-07:002011-10-23T05:43:46.490-07:00i-Mundo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-vAF_4O_qffw/TqQH_dPaXGI/AAAAAAAABwI/MXpGFmSn4ws/s1600/330783_188066981263296_100001799860918_439277_4000186_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="http://1.bp.blogspot.com/-vAF_4O_qffw/TqQH_dPaXGI/AAAAAAAABwI/MXpGFmSn4ws/s320/330783_188066981263296_100001799860918_439277_4000186_o.jpg" width="320" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Tiemy Saito </span><br />
<br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Deixa a desejar </span></b><br />
<br />
“i-Mundo” é o segundo espetáculo do <a href="http://www.motototi.com.br/">Grupo Mototóti</a> e, como o primeiro, é um espetáculo teatral de rua dirigido tanto para crianças como para adultos. Carlos Alexandre e Fernanda Beppler interpretam dois alienígenas que, ao chegar ao Planeta Terra, se espantam ao ver que, em 2011, o mundo não acabou, o que deveria ter acontecido em 2000. Com direção de Juliana Kersting, a produção apresenta alguns pontos positivos, mas se estrutura, principalmente no que diz respeito à dramaturgia, de forma negativa em vários aspectos. <br />
<br />
É bastante interessante a opção da chegada dos atores ao espaço onde a peça será apresentada. Carlos Alexandre e Fernanda Beppler, interpretando Obs e Abs, caminham pelo parque usando <a href="http://www.google.com.br/imgres?q=correr+emagrecer+fortalecer+os+m%C3%BAsculos+equil%C3%ADbrio+bota&um=1&hl=pt-BR&sa=N&nord=1&biw=1280&bih=629&tbm=isch&tbnid=LHOXiRirIK-C_M:&imgrefurl=http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada/2009/03/&docid=cciAZVTmUGz0JM&imgurl=http://veja.abril.com.br/fwa/imagens/1237998623872_101.jpg&w=400&h=332&ei=F-mjTuXQFoyftwfX3M2dBQ&zoom=1&iact=hc&vpx=894&vpy=313&dur=3434&hovh=204&hovw=246&tx=130&ty=178&sig=109681417984474050134&page=8&tbnh=124&tbnw=151&start=140&ndsp=22&ved=1t:429,r:5,s:140">Kangoo Jumps</a>, o que exige dos intérpretes movimentos que os auxiliam na composição dos personagens, tocando instrumentos musicais, cantando e convidando o público a seguí-los até um determinado lugar. Como não há nenhuma marcação, delimitação ou sinal de onde será esse lugar, em termos conceituais, é possível reconhecer a intenção de construir o espetáculo de forma fluída, livre, apoiado no contado direto com o público. Escolhido o espaço, Carlos Alexandre estabelece a célebre roda do teatro de rua com uma corrente amarela e preta, infelizmente contradizendo a elogiável intenção e marcando o que acontecerá muitas vezes ao longo do espetáculo: a autocontradição. <br />
<br />
Obs e Abs, mais uma vez de forma elogiável, falam um idioma desconhecido, o que desperta positivamente o interesse do público que compreende o que eles comunicam apenas pelas excelentes interpretações de ambos os atores. Estabelecida a roda e já com o espetáculo em andamento, a dupla de personagens tem dificuldade de reconhecer o que vêem. Um livro com gravuras aparece e, através dele, se identificam os homens como habitantes do planeta i-Mundo, isto é, o Planeta Terra. Os terráqueos, assim, são chamados de i-Mundanos, palavra que a dupla passa a utilizar imediatamente depois de reconhecer que o idioma falado aqui é a língua portuguesa. A falta de cenário confere ao diálogo a necessidade de estabelecer um lugar para esse encontro dos personagens com seus interlocutores, sem o qual não é possível dar início à história. É então que ficamos sabendo que estamos em 2011 no poluído Planeta Terra. Dentre os méritos do espetáculo, a montagem traz como tema a conscientização ecológica, além de uma nova postura acerca do relacionamento humano, cuja pauta não deve ser baseada no dinheiro, mas na valorização da vida, sobretudo a humana. O <a href="http://grupomotototi.blogspot.com/">Grupo Mototóti</a> está de parabéns por propor o debate, ainda que essa análise faça ver a inconsistência de alguns instrumentos utilizados para o estabelecimento da reflexão proposta. <br />
<br />
Em primeiro lugar, o Parque Farroupilha aparentemente não é o lugar apropriado para a encenação desse espetáculo por ser um lugar onde a natureza reina majestosa e segura. Diferente do que aconteceria numa rua movimentada no centro, não há lixo, mas há flores; não há buzinas e prédios cinzentos, mas árvores e barulho de pássaros; não há pessoas apressadas em trabalhar e pagar contas, mas grupos e solitários de todas as idades relaxando ao sol. Um casal de atores vestido totalmente de preto, com expressões carregadas na face e um discurso pesado sobre a poluição, o egoísmo e o fim do mundo parece inconveniente. E chato. <br />
<br />
Ainda em termos de dramaturgia, o espetáculo se torna negativamente moralista nas cenas do Funk e da Igreja Evangélica porque denigre o direito de livre expressão artística e religiosa, opinando verticalmente sobre essas manifestações. Por fim, a peça se apresenta autocontraditória em várias ocasiões, como, por exemplo: a) se Abs e Obs são alienígenas, como eles podem julgar o que é boa bebida e boa comida para um i-Mundano? O que é bom para um i-Mundano não necessariamente seria bom para um alienígena, não? b) Se os faraós eram tataravós de Abs e de Obs, por que chamam os i-Mundanos contemporâneos de “exemplares”, considerando que os egípcios também eram humanos? c) Depois de um longo discurso sobre a preservação do ambiente, qual o sentido de abandonar o espaço cênico deixando no chão do parque vários papéis jogados e uma garrafa d’água perdida? <br />
<br />
Em segundo lugar, “i-Mundo” apresenta uma história que começa com a chegada dos alienígenas, avança e se perde no estabelecimento constante da situação inicial e não evolui para um desenvolvimento, tendo um obscuro e esquisito final. Ou seja, em termos teóricos, é possível concluir que a peça começa como narrativa, cresce como dissertação (uma crítica à sociedade) e, de forma pobre, termina como narrativa novamente. Para os adultos, a história é superficial demais. Para as crianças, a tese e seus argumentos são pesados demais. <br />
<br />
Em terceiro lugar, em se tratando da forma, a passagem do chapéu (marca do teatro de rua que acontece no fim das apresentações) acontece estranhamente no meio da peça, quando também ocorre o recolhimento da corrente, apagando a roda cênica e criando a dúvida a respeito do porquê de sua utilização até aquele momento. <br />
<br />
Como aspecto extremamente positivo, há que se falar da trilha sonora. Em mais um espetáculo, o trabalho de Fernanda Beppler como compositora é excelente. “O Príncipe que Nasceu Azul”, “A Canção de Assis”, “O Homem da Cabeça de Papelão”, “O Vendedor de Palavras” e, agora, “i-Mundo” são espetáculos que tiveram e têm seu ponto alto na criação e na execução da trilha, um trabalho que carece de maior reconhecimento e merecido aplauso. <br />
<br />
Outro aspecto bastante positivo da produção são os figurinos. Cumprindo a proposta já tratada, ambos os atores vestem trajes práticos e ricos ao mesmo tempo, caracterizando os personagens, elevando positivamente as qualidades da produção e atendendo à concepção para a qual foram criados. <br />
<br />
Uma vez que o teatro se difere da linguagem verbal porque cria sua própria linguagem ao falar, diferente da segunda que se manifesta através da atualização de uma estrutura anterior a ela, a autocontradição emperra a adequada fruição. Se, no conforto do palco italiano, uma peça em que o espectador tenha problemas em se situar chegue mais dificilmente aos elogios, o caso é ainda pior na rua. Porque as boas intenções não se manifestam através de bons usos dos instrumentos dispostos, “i-Mundo” deixa a desejar ao público fiel do Mototóti. <br />
<br />
* <br />
<br />
<b>Ficha técnica: </b><br />
Concepção e atuação: Carlos Alexandre e Fernanda Beppler <br />
Dramaturgia: Carlos Alexandre <br />
Direção: Juliana Kersting <br />
Trilha Sonora e Criação de Figurinos: Fernanda Beppler <br />
Execução: Carol Puccini, Geluza Tagliaro e Sônia Krug. <br />
Fotorafias: Tiemy Saito <br />
Identidade Visual, Produção e Realização: Grupo MototótiRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-55969176258008515732011-10-23T02:57:00.000-07:002011-10-23T02:57:44.978-07:00O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-m0lzRDttQ64/TqPkEvRgZmI/AAAAAAAABv8/rQt0aNiYZQ4/s1600/311505_10150292995926888_601346887_7747549_860593601_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-m0lzRDttQ64/TqPkEvRgZmI/AAAAAAAABv8/rQt0aNiYZQ4/s320/311505_10150292995926888_601346887_7747549_860593601_n.jpg" width="217" /></a></div><!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<span style="font-size: xx-small;">Foto: Alex Ramirez </span><br />
<br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Muitos aplausos ao Homem quando Só e quando Acompanhado </span></b><br />
<br />
“<a href="http://ofantasticocircoteatro.wordpress.com/">O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só</a>”, mais recente produção da <a href="http://ciarustica.com/">Cia. Rústica</a>, é um espetáculo que apresenta dois temas aparentemente próximos, mas distintos: a possibilidade de uma só pessoa ser várias (“Eu sou nuvem passageira que com o vento se vai”) e a condição solitária de um homem, de um artista (“Um homem só”). Em pouco mais de uma hora, o monólogo é a consagração de Heinz Limaverde como ator. De forma simples e delicada, a peça proporciona ao público provas do seu talento que tem, ao seu dispor, várias oportunidades de mostrar diversas faces de si próprio, propiciando ao público momentos em que se gargalha e outros em que se emociona. Da comédia ao drama, não há dúvidas de que Porto Alegre está diante de um grande artista cênico: Limaverde interpreta bem, tem ótima dicção, canta afinadamente e conhece as diversas potencialidades dos movimentos do seu corpo sob os refletores, tudo isso posto em favor das cenas nessa montagem dirigida por Patrícia Fagundes. <br />
<br />
Quando o público entra, o ator está sentado diante de um espelho de camarim (daqueles cheios de lâmpadas acesas) se maquiando já vestido com o figurino de abertura. Cuidosa e belamente construído, o cenário de Juliano Rossi e Paloma Hernández apresenta o picadeiro de um circo. Uma lona redonda no chão, luzes de ribalta, uma cortina de retalhos ao fundo, cubos de madeira em formato de trapézio. Heinz Limaverde dá início ao trato do primeiro tema se apresentando ou apresentando o personagem, estabelecendo, com isso, a proposta que, em forma de conceito, será explorada até o fim: o um também pode ser dois. Um picadeiro também pode ser um camarim, um ator também pode ser um personagem, um personagem pode ser dois, a história de um pode ser a história de outro, um palhaço pode ser alegre e triste ou feliz e mal-humorado, uma vedete pode ser jovem ou velha, o passado pode ser o presente ou o presente pode ser a concretização de um passado que nunca existiu. O resultado é um profícuo jogo de presenças e de ausências através do qual uma figura se nutre da outra, construindo a dúvida como alavanca para a transformação ou a possibilidade latente de ser melhor na vez seguinte. <br />
<br />
O segundo tema não tem o mesmo privilégio que o primeiro em termos de sua dramaturgia, essa assinada por Limaverde e por Fagundes. Assim, pode-se dizer que a articulação dos temas é o único ponto negativo de “O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só”. Em momentos discretos e isolados no início e no fim e de forma bastante marcada na cena central da “Mulher Barbada”, a condição solitária do personagem artista propõe uma segunda reflexão na medida em que, nesses momentos, não se considera a possibilidade de ser outra coisa que não só. De forma negativa, sente-se o espetáculo “pesar”, sendo que esse peso não é resultante de uma inexistente quebra de ritmo, menos ainda de um suposto cansaço da plateia, mas é conseqüência de uma “mudança de enquadramento” na abordagem da história, essa bem contada nos seus dois e diferentes posicionamentos. Em outras palavras, a cena da “Mulher Barbada” funciona como uma peça dentro da peça ainda que encontre, como já foi dito, discretas pontes no início e no fim da apresentação. <br />
<br />
“O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só” é também um dos grandes momentos na carreira de Daniel Lion, já por outros trabalhos considerado um dos melhores figurinistas do teatro gaúcho. Nada menos que impecáveis, os trajes utilizados por Heinz Limaverde, além de bonitos e ricamente elaborados, fazem a peça atingir grandes níveis de qualidade estética na medida em que caem naturalmente ao corpo do ator e à construção dos personagens, providenciando mobilidade, beleza e verdade. A trilha sonora escolhida e executada por Simone Rasslan e a iluminação de Lucca Simas em nada deixam a desejar, contribuindo positivamente para o espetáculo e, em contrapartida, para o teatro de Porto Alegre. <br />
<br />
Embora haja quem diga que a história contada seja verdadeiramente a vida de Heinz Limaverde, essa análise partiu do princípio de que, havendo semelhança entre o(s) personagem(ns) e o ator, tudo não passa de mera coincidência. Vale a pena, pois, conhecer melhor tanto os personagens como o próprio ator, afim de que se tire, cada um por si, suas próprias conclusões. <br />
<br />
* <br />
<br />
<b>Ficha Técnica: </b><br />
<br />
Dramaturgia: Heinz Limaverde e Patrícia Fagundes <br />
Direção: Patrícia Fagundes <br />
Elenco: Heinz Limaverde <br />
Trilha Sonora e Preparação Vocal: Simone Rasslan <br />
Cenografia: Juliano Rossi <br />
Adereços, pintura de cenografia e programação visual: Paloma Hernandez <br />
Figurino: Daniel Lion <br />
Preparação Corporal: Cibele Sastre <br />
Iluminação: Lucca Simas <br />
Produção: Rochele Sa e Priscilla Colombi <br />
Apoio de Produção: Patrícia Fagundes <br />
Assessoria de Imprensa: Leo Sant’AnnaRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-51371242014934497192011-10-10T14:50:00.000-07:002011-10-10T14:50:46.186-07:00Piratas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-oqISN__BW7A/TpNorUDfONI/AAAAAAAABv0/4eMLR0sI1po/s1600/piratas.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="http://3.bp.blogspot.com/-oqISN__BW7A/TpNorUDfONI/AAAAAAAABv0/4eMLR0sI1po/s320/piratas.JPG" width="320" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: divulgação </span><br />
<br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Aventura cambaleante </span></b><br />
<br />
“Piratas” é uma história de aventura. Dois amigos vão passar as férias numa casa antiga, onde, atualmente, funciona uma pousada. Histórias de piratas que viveram por ali há séculos chegam aos ouvidos dos dois garotos. Um deles, neto do antigo e recém falecido dono do lugar, recebe um antigo medalhão como herança. Entre as brincadeiras e os mimos que a tia, a atual administradora, lhes presta, ambos farão novos amigos. Dirigidos por Airton de Oliveira, o grande elenco é composto por Davi Borba, Dejayr Ferreira, Jadson Silva, Juliano Bitencourt, Paulo Adriane, Juliano Canal e Sandra Loureiro. De um modo geral, as situações não impedem que a aventura aconteça, mas vale apontar que o ritmo na sucessão das cenas é cambaleante. <br />
<br />
Falta agilidade em “Piratas” e, sem ela, a aventura não se estabelece a contento. Os personagens interessantes que existem não são o suficiente para o estabelecimento do ritmo de que o gênero precisa. O resultado é uma peça que evolui em blocos disformes, atravessando o tempo com uma prejudicial irregularidade. Todas às vezes em que o ritmo cai, a verossimilhança se prejudica, as informações se soltam, a assistência perde o foco e a conversa paralela acontece. Nessa montagem, o texto dos diálogos, que é assinado por Jadson Silva, é o culpado pela quebra prejudicial de ritmo. Muitas frases são longas, vários dados se repetem (numa cena, é dito três vezes exatamente a mesma coisa) e, nessas ocasiões recorrentes, o tempo se arrasta. O linguajar rebuscado, por exemplo, é desnecessário uma vez que traz a época da peça (início do século XX) que o público já reconheceu através do figurino, da decoração, do tipo de aparelho de telefone. No realismo fantástico, esse é gênero narrativo em que se inscreve a encenação, as informações devem ser amarradas de tal forma a ponto de acontecerem como se fossem verdadeiras, ou seja, reais. A produção, porém, se negativiza quando não encontra outras formas de entrelaçar os diversos signos sem precisar ratificar tantas vezes suas bases. <br />
<br />
O elenco apresenta boas construções, concretizando figuras marcantes. David Borba e Jadson Silva interpretam os protagonistas. Assim como todos, eles dão a ver personagens que surgiram a partir da idealização: crianças têm a voz mais aguda e são mais ágeis, piratas são mais ardilosos e a tia é bondosa. O grupo se divide em três: os dois meninos e a tia, o pirata protagonista e os três piratas antagonistas. Na evolução da narrativa, os grupos se unem, se modificam, o que é bastante positivo. Quanto às interpretações, não há destaques negativos, mas, de forma elogiosa, deve-se tratar de três aparições: Sandra Loureiro, Dejayr Ferreira e Paulo Adriane. Desde 1998, na montagem “A Torre” dirigida por João Castro Lima, o público gaúcho não conferia o trabalho de <a href="http://teatrosandraloureiro.blogspot.com/">Sandra Loureiro</a>, que retorna agora com grandes contribuições: firmeza na sua presença cênica, texto dito sem rodeios, foco, precisão nas marcas. Dejayr Ferreira põe à disposição do trabalho o seu tom de voz característico, tornando o seu malvado Pirata, no momento certo, nem tão malvado assim. Paulo Adriane, talvez o único responsável pela comicidade explícita da peça, auxilia na construção de quase todos os melhores momentos de “Piratas”, agregando valores bastante positivos à produção. <br />
<br />
Além dos diálogos, há outro aspecto repetitivo em “Piratas”, contribuindo para o desacerto do seu ritmo: a paleta de cores. O grandioso cenário (cujos detalhes poderiam ser mais bem cuidados) e os apropriados figurinos variam entre marrom, vermelho, rosa, roxo e púrpura, opção essa que empobrece o trabalho. Iluminação e trilha sonora estão adequadamente postas, contribuindo para que a assistência mantenha o foco na ação que se desenrola. <br />
<br />
Diante de um público em que boa parte das crianças nunca foram ao teatro, “Piratas” cumpre o seu papel e oferece uma boa opção, providenciando, dentro do possível, espaço para o fluir da imaginação. <br />
<br />
* <br />
<b><br />
Ficha técnica: </b><br />
<br />
Elenco: Davi Borba, Dejayr Ferreira, Jadson Silva, Juliano Bitencourt, Paulo Adriane, Juliano Canal e Sandra Loureiro. <br />
<br />
Texto: Jadson Silva <br />
Direção: Airton de Oliveirfa <br />
Preparação de Atores: Miriam Benigna <br />
Trilha Sonora: Jadson Silva e Douglas Silva <br />
Cenário: Marcos Buffon <br />
Figurino: Naray Pereira <br />
Iluminação: Nara Maia <br />
Produção Executiva: Airton de Oliveira <br />
Realização: Telúrica Produções, Grupo Loucos de Palco e Cia. Vento MinuanoRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-34850405907149627952011-10-10T13:24:00.000-07:002011-10-10T13:24:55.539-07:00O Baú<!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;"><br />
Trabalho sério, espetáculo divertido </span></b><br />
<br />
Um espetáculo para crianças que diverte todo mundo enquanto ensina os adultos a conhecerem melhor aqueles que ainda não o são. “<a href="http://www.youtube.com/watch?v=SikwlxB3MN4&feature=player_embedded">O Baú – Lembranças e Brincanças</a>” não traz uma história ao seu público, mas parte do princípio das possibilidades criativas de uma situação determinada. No caso, duas meninas estão num sótão da casa de uma delas. Nele não há televisão, vídeo game e nem celular. Em contrapartida, há um grande baú e muitos brinquedos antigos. A dramaturgia se constrói sobre a difícil tarefa de vencer o tédio que paira na vida das duas confinadas, em cujas cabeças nem passa a ideia de brincar de bonecas ou de casinha, como os adultos na plateia poderiam pensar. O jogo é constantemente renovado na representação da peça que dura um pouco menos de uma hora. <br />
<br />
Com texto e direção de Fábio Castilhos, o novo espetáculo do <a href="http://grupotrilho.blogspot.com/">Grupo Trilho</a>, que já elogiosamente montou “A Decisão”, de Brecht, é fruto de uma intensa pesquisa sobre o universo das crianças de hoje. O assunto, as brincadeiras, as piadas, as preferências estão todas concretizadas no palco nas relações que se estabelecem entre as personagens de Caroline Falero e Giovanna Zottis. As duas atrizes estão excelentes nos papéis que executam, dando vida a figuras cheias de nuances, características marcantes, pontos a descobrir. Uma vez que não há uma história que faça evoluir uma narrativa, o sucesso do trabalho depende quase inteiramente do desempenho das atrizes. E ele acontece, prova de que o público de Porto Alegre está diante de um belo trabalho de interpretação. <br />
<br />
“O Baú – Lembranças e Brincanças” foge dos clichês e enfrenta o desafio de se reinventar a cada nova cena. O ritmo, como não poderia deixar de ser, não é constante e crescente, mas cheio de quebras. A cada novidade dramática quem está em cena precisa reconquistar a atenção do público que se perdeu com o fim da última brincadeira. Como cada “quadro” tem tamanho diferente, a evolução sofre baixas, mas recebe ganhos. No centro do palco, como já foi dito, está um grande baú cadeado. Nas laterais, brinquedos antigos. Todo o universo é, assim, potente, pois olhamos para esses materiais e esperamos que eles sejam usados em dos quadros. Embora não seja um diretor experiente, Castilhos age como tal quando usa essa espera a favor da montagem, dosando com habilidade todas as ações que acontecem em volta desses objetos e os possíveis usos que eles podem ter. <br />
<br />
A produção é simples. Não há grandes movimentos de luz, uma trilha sonora que realmente chame a atenção (essa composta especialmente para o espetáculo) e um cenário e figurino além do esperado. Todas essas opções, enquanto estéticas, fazem ver que o que interessa é realmente a relação das duas meninas com o tempo que, às vezes, parece passar rápido, às vezes não. Dessa forma, pode-se dizer que o objetivo foi plenamente atingido e indicar a possibilidade de uma metáfora entre esse pequeno recorte na vida de duas crianças e a infância inteira. <br />
<br />
Com o coração aberto ao que está diante delas, sou testemunha de que as crianças vibram na plateia com cada gesto feito em cena. Quanto aos adultos, são as lembranças que vibram a partir dessa produção tão cheia de méritos. <br />
<br />
* <br />
<br />
<b>Ficha técnica: </b><br />
Dramaturgia e Direção: Fábio Castilhos<br />
Elenco: Caroline Falero e Giovanna Zottis<br />
Trilha Sonora: Sergio Baiano<br />
Iluminação: Bruna Immich<br />
Cenário: Anderson Balhero<br />
Figurino: Caroline Falero e Giovanna Zottis <br />
Realização Grupo Trilho de Teatro Popular</div>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-81163050751267004792011-10-09T18:50:00.000-07:002011-10-09T18:50:18.499-07:00Papai pirou nas ondas do rádio<!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Vop0ZX8lgpA/TpJOzcTu7OI/AAAAAAAABvk/LZpqwcESCtY/s1600/papai+pirou.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-Vop0ZX8lgpA/TpJOzcTu7OI/AAAAAAAABvk/LZpqwcESCtY/s320/papai+pirou.jpg" width="209" /></a></div><span style="font-size: xx-small;">Foto: divulgação</span><br />
<br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Privilegiada diversão</span></b><br />
<br />
Trata-se de uma chanchada: uma história engendrada como motivo para a execução de músicas que já existem anterior e independente da narrativa proposta. “<a href="http://www.papaipirou.com.br/">Papai pirou nas ondas do rádio</a>” é o novo espetáculo dirigido por <a href="http://www.satedrs.org.br/entrevistas/?id=2">Néstor Monastério</a> (1952), um dos diretores de maior sucesso na cena teatral portoalegrense já há três décadas. No elenco, Gustavo Razzera (Napoleão, o pai), Joana Isabel (Maria, a empregada), Léo Ferlauto (Danton, o avô), Sofia Schul (Carlota, a mãe; Antonieta, a avó), Thaís Siegle (Camile, a filha) e William Martins (Voltaire, o filho) dão vida a uma família que atravessa os anos quarenta nas ondas da Rádio Nacional. Um dia, o aparelho da família quebra. É quando o pai começa a misturar a fantasia da novela “A princesa escrava” com a sua vida real. Seguindo ordens médicas, a família não pode discordar de nada que ele disser, entrando na brincadeira e, por fim, se divertindo a valer. <br />
<br />
“Papai pirou nas ondas do rádio” não é uma peça infantil, nem adulta, mas um espetáculo para toda a família. E esse é o seu maior ganho, enquanto produção teatral, e o nosso maior ganho, enquanto objeto de arte. A história, e também como ela é contada, é pura, sem malícia, sem ironia, sem segundas intenções. Ao mesmo tempo, não é pueril, nem alienada, tampouco superficial. Todos os seres humanos têm família, sejam aquelas em que nasceram, sejam aquelas escolhidas pelo próprio homem na condução de sua vida, e isso nos torna identificáveis na assistência desse espetáculo com ele mesmo. O texto, assinado por Guto Greco, diretor, dramaturgo e ator falecido em meados dos anos 90, já foi montado pelo mesmo diretor em 1989. Seu conteúdo traz o riso através da ingenuidade enquanto trata da união de um grupo em prol de uma causa. Cada personagem tem o seu lugar garantido no coração da plateia, mas vale dizer que esse espaço foi alcançado à custa do esforçado trabalho de elenco e produção, esses responsáveis pela montagem. <br />
<br />
De um modo geral, o elenco está afinado no sucesso de suas construções: em cena, estão bons atores, bons cantores, artistas que demonstram excelentes usos de sua própria voz. Entre os personagens, há quem tenha mais espaço, como é o caso de Razzera, que interpreta do protagonista, e quem praticamente não tem importância maior que ilustrar, como é o caso de Siegle, que dá vida à filha. Joana Isabel e Sofia Schul, porque driblam a relação de suas personagens com o todo, tonando o espaço reduzido que têm em grandes participações, merecem os maiores aplausos. É preciso que se diga, no entanto, que Léo Ferlauto, o ator com mais idade em um elenco bastante jovem, está absolutamente integrado à encenação: vivo, criativo e excelente em suas contribuições à narração. <br />
<br />
A dramaturgia, talvez, seja o único ponto não tão positivo de “Papai pirou nas ondas do rádio”. A partir do momento em que o espectador reconhece o problema a ser resolvido, a história flui. Esse, porém, é um momento que demora mais do que deveria para acontecer. As cenas iniciais são longas, embora não sejam entediantes. O que ocorre é que a peça parece começar de um jeito e terminar de outro, sendo as duas versões positivas em separado. A leitura do espetáculo como atualização do gênero chanchada só pode ser feita a partir da primeira música, o que é um problema visto que o número surge no meio da narrativa, sem precedentes. O fato de toda a história estar unida pela linguagem do rádio (cujo núcleo dramático consiste em um dos aspectos mais interessantes de toda a peça) não é suficiente para o espectador esperar que os personagens se levantem e comecem a cantar (no meio da sala, longe do microfone cenográfico), pois esse é um signo que, como todos os outros no caso do teatro dramático, deve acontecer em meio a um contexto. Depois da primeira vez, as demais já estão devidamente estruturadas e são, por isso, fruídas de modo natural. <br />
<br />
Sobre as músicas, a escolha do repertório é excelente, mas não mais do que sua execução. Ainda que os três atores homens tenham registros mais graves, e faltem agudos masculinos, todas as canções são interpretadas de forma extremamente profissional: há afinação, qualidade, perfeita dicção e volume adequado, esse último providenciado por um discreto microfone, recurso perigosamente bem usado, o que aumenta as virtudes da produção. O único porém é o ritmo irregular existente entre as falas e as músicas: está acontecendo uma cena quando tudo pára a fim de que seja ouvida uma pequena introdução e, aí, sim, a canção começa. Essa pausa emperra o ritmo da narrativa quando se está tratando de pequenos detalhes. <br />
<br />
Do lustre dos sapados à perfeição do desenho de luz, a Cia. Etceteratral mantém a fama de ser um dos grupos com mais sucessos em sua história na capital gaúcha. Não há um único signo estético que não tenha sido cuidadosamente observado, o que demonstra o alto valor que o Grupo dá para o seu público. Por tudo isso, “Papai pirou nas ondas do rádio” é parada obrigatória para quem gosta do bom teatro, mas, sobretudo, de uma privilegiada diversão. <br />
<br />
<br />
* <br />
<b><br />
Ficha técnica: </b><br />
Direção: Néstor Monasterio <br />
Texto: Guto Greco <br />
Arranjos musicais: Léo Ferlauto e Simone Rasslan <br />
Elenco: Gustavo Razzera, Joana Isabel, Léo Ferlauto, Sofia Schul, Thaís Siegle, William Martins <br />
Cenário: Rodrigo Lopes <br />
Figurinos: Malu Rocha <br />
Coreografias: Jussara Miranda e Sofia Schul <br />
Projeto Gráfico: Gustavo Razzera <br />
Produção: O Grupo <br />
Divulgação: Joana Isabel e Thaís Siegle <br />
Equipe Técnica: André Winovski e Alexandre Saraiva<span style="background: white; color: #595959; font-family: "inherit","serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica;"></span>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-35712225647124105162011-10-05T21:40:00.000-07:002011-10-06T11:46:52.459-07:00Pequenos fatos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-IMgBtWUswFM/To0xP492UFI/AAAAAAAABvc/-emP7Olzmak/s1600/340532_10150341526024725_654909724_8003495_1586085259_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-IMgBtWUswFM/To0xP492UFI/AAAAAAAABvc/-emP7Olzmak/s320/340532_10150341526024725_654909724_8003495_1586085259_o.jpg" width="240" /></a></div><span style="font-size: xx-small;">Foto: divulgação </span><br />
<br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Interpretações caretas </span></b><br />
<br />
Mais um projeto meritoso da C<a href="http://maisteatro.blogspot.com/2011/10/pequenos-fatos-vida-real-pode-ser.html">oordenação de Artes Cênicas de Porto Alegre</a>, o Novas Caras é uma oportunidade para 1) atores, diretores e técnicos experimentarem uma janela comercial na grade de programação de um teatro institucionalizado; e 2) o público conhecer novos nomes que estão surgindo no mercado artístico da cena teatral porto-alegrense. Ambos os objetivos são atingidos prazerosamente quando, de um lado, os atores, diretores e técnicos encaram a sua inexperiência como o motivo real de estarem participando do seu projeto e não como uma barreira, de fato, inexistente; e, de outro, quando o público não precisa “respirar fundo” durante a sessão e lembrar que, no palco, estão artistas em início de carreira querendo mostrar o seu trabalho e não só mostrando. “Pequenos fatos – a vida real pode ser fantástica”, do Grupo Teatro Nó Cego” participa do projeto e é um alerta para essas questões. <br />
<br />
No que diz respeito às interpretações: todos os atores carregam nas marcas para mostrar que estão interpretando. Isto é, Juliano Canal, Guigui Azevedo e Morgana Rodrigues sustentam interpretações ilustrativas – quando um ator constrói marcas (redundantes) para reafirmar afirmações já feitas anteriormente por outros signos antes apresentados. Dou um exemplo: se o ator utiliza no discurso um ritmo vocal mais lento, não precisa tonalizar a voz como um velho, nem curvar a coluna, nem arrastar os pés, etc... Juliano Canal, em particular, é o que ator que sustenta a interpretação menos realista, menos crível e mais carregada do trio, enquanto Guigui Azevedo é quem apresenta interpretações mais naturalistas de um modo geral. <br />
<br />
A dramaturgia, assinada por Juliano Canal, que também assina a produção, surge a partir da união justaposta de pequenas histórias, cada uma delas contada em uma cena. O ponto mais interessante é o experimento da linguagem através da repetição dos diálogos que se dá na cena entre o casal de velhos. O pior momento é a cena entre a mãe e o filho homossexual. Se, de um lado, temos um investimento da produção em estabelecer novos jeitos de contar uma história, o que encontra, enquanto conteúdo, parceria na forma como toda a produção acontece (inexistência de cenário, delimitação de espaço cênico através de fios que cortam a caixa cênica, sapatos coloridos que substituem os figurinos, etc), de outro, temos o desperdício do clichê. A história do filho que conta para a mãe que é homossexual tem diálogos bastante rasos que estruturam uma situação paupérrima em termos estéticos. É, por isso, tão dispensável quanto aproveitável é a dos idosos, cuja repetição de falas nos faz pensar sobre a possibilidade de novas descobertas em velhas conversas/atitudes. De um modo geral, pode-se dizer que a posição da cena que trata do “apego aos sapatos dos outros” dificulta a boa fruição do espetáculo. Até o momento em que ela aparece, isto é, quase no fim da encenação, o espectador não tem muitas pistas para fazer a conexão entre o que está vendo concretamente em cena e as histórias que estão sendo contadas. Assim, é só nos momentos finais que “Pequenos fatos” ganha, a partir de sua estrutura, valor estético elogiável. <br />
<br />
Sapatos: saltos altos, saltos baixos, chinelos, pantufas, crooks, tênis, rasteirinhas, botas... Vermelhos, azuis, verdes, brancos... Linhas delimitando o espaço e deixando ver a parede de fundo do Teatro de Câmara Túlio Piva. “Teatro à mostra” versus narrativas fechadas. A concepção não-realista utilizada na estética visual do palco e dos figurinos concorda com a dramaturgia, mas ambas discordam das interpretações duras, pesadas, enrijecidas. Em se tratando do visual, a produção alcança resultados positivos. Há alguns senões: a cueca de Juliano Canal aparecendo além de sua bermuda faz decrescer o valor estético da obra, assim como os olhos contornados com lápis preto destoam da maquilagem dos demais atores, os espaços escuros na cena dos velhos não têm justificativas aparentes, como também não o uso do tecido branco como acessório. Por fim, o corte de cabelo de Guigui Azevedo afasta o ator da neutralidade necessária para a representação dos vários personagens da narrativa. <br />
<br />
“Pequenos fatos” é uma produção que carece de mais leveza a fim de ter maior fluidez. Afinal, a liberdade é justamente a melhor parte da inexperiência. <br />
<br />
* <br />
<br />
<b>Ficha técnica:</b><br />
Direção: Gustavo Dienstmann<br />
Pesquisa de histórias: Teatro Nó Cego<br />
Dramaturgia: Juliano Canal<br />
Preparação Corporal: Arlete Cunha<br />
Figurino e Cenário: Teatro Nó Cego<br />
Maquiagem: Gustavo Dienstmann<br />
Elenco: Juliano Canal, Morgana Rodrigues e Guigui Azevedo<br />
Iluminação: Tiago Braga<br />
Trilha Sonora (Criação, Execução e Pesquisa): Bernardo Fleck ManganelliRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-17454125985041537602011-09-09T15:14:00.000-07:002011-09-09T15:14:06.448-07:00Legalidade O Musical<!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-dOpAomkF9MA/TmqOloz3fTI/AAAAAAAABvU/G76hpuH6BNY/s1600/legalidade.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://1.bp.blogspot.com/-dOpAomkF9MA/TmqOloz3fTI/AAAAAAAABvU/G76hpuH6BNY/s320/legalidade.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Eduardo Seidl </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: #38761d;"><b><span style="font-size: large;">O teatro gaúcho de pé unido pela qualidade</span></b></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"></span>“<a href="http://www.youtube.com/watch?v=NPyTd0dcBek&feature=related">Legalidade– O Musical</a>” é um documentário-musical com direção geral de Carla Joner, direção artística de <a href="http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=EcIn3Ih7UCE">Luciano Alabarse</a> e direção musical de Hique Gomez. A produção assinada por Claudia D’Mutti reune um grande elenco de atores, músicos e técnicos, organizando-os cenicamente na representação de passagens importantes do “<a href="http://www.legalidade.rs.gov.br/">Movimento da Legalidade</a>”, o último levante histórico-político-patriótico desencadeado no Rio Grande do Sul e com conseqüências nacionais. Em dois dias de apresentação, o público da capital gaúcha conferiu, diante do Palácio Piratini, a montagem que, durante sessenta minutos, trouxe de volta à memória do Estado as emoções de quem viveu aquele período de efervescência.</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em termos estéticos, isto é, no que se refere a teatro, a dança e a música, a produção atingiu altos níveis de qualidade, cumprindo, em todos as esferas, o seu objetivo: usar o teatro e a música para reconstruir cenicamente os momentos mais importantes do ano de 1961. De uma forma muito inteligente, o início se dá pela referência a Getúlio Vargas, presidente gaúcho que se suicidara 7 agostos antes, pressionado pelas partes mais conservadoras da política brasileira. Carlos Cunha, que já havia interpretado o papel de Getúlio no documentário “<a href="http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/rbstvrs/pagina,0,0,0,0,50-anos-sem-getulio.html">50anos sem Getúlio</a>” (quem não viu, deveria aceitar o convite para ver), mais uma vez, empresta seu talento e sua técnica ao personagem, oferecendo à audiência, talvez, uma das suas melhores virtudes: o bem dizer o texto, dando forma, cor, força e verdade para as palavras escritas não só no papel, mas na memória do país. Também não é novidade, encontrar excelentes resultados na participação de Marcelo Adams, que interpreta Jânio Quadros, presidente brasileiro que, ao renunciar, abriu espaço para o levante da extrema direita brasileira que não concordava com a constitucional posse do vice-presidente, o gaúcho João Goulart. Marcelo Adams é um <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ator da mesma cepa artística de Cunha e de Mauro Soares, esse que dá vida a João Goulart na representação teatral, também atingindo,como esperado, um excelente resultado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cunha, Adams e Soares são expoentes do teatro gaúcho e devem servir de exemplo às novas gerações de atores que, infelizmente, passam anos se dedicando à expressão corporal e pouco se aprofundam no estudo da retórica. Evandro Soldatelli, bom pra ele e bom pra nós, não é um desses. Em “Legalidade – O Musical”, o ator, que já interpretou de Shakespeare a Ionesco, vence o desafio de estar junto desse elenco invejável e oferece ao público, talvez, o melhor momento de sua carreira até aqui. Ao interpretar o protagonista Leonel Brizola, Soldatelli emociona tanto aqueles que viveram o período histórico, como aqueles que, como eu, sabem de sua importância através dos livros e dos sites da internet.</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O espetáculo, além das participações citadas, se dá com um grupo grande de atores e atrizes que interpretam personagens menores ou acrescentam o coro. Interessante é notar como esse grupo se constitui. Lado a lado, estão Fernanda Petit, Vika Schabbach e Vinícius Meneguzzi, atores com troféus e indicações pelas suas grandes participações em produções excepcionais do teatro gaúcho; também Clóvis Massa, professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRGS; e artistas estreantes como Diogo Zanella, Letícia Balle e Pedro Antunes, o que expressa a união de vários repertórios, currículos com diferentes pesos e, sobretudo, o resultado positivo da união de várias pessoas em prol do resultado extremamente positivo que se obtém. Ainda nesse grupo a presença de Luiz Paulo Vasconcellos e de Ida Celina, as participações especiais de Paulo César Peréio, de Nelson Coelho de Castro e de Adriana Deffenti. Artistas unidos, de pé, pela alta qualidade do fazer teatral gaúcho, todos eles em belíssimos figurinos de Daniel Lion, em uma produção que se apresenta como um dos momentos mais grandiosos do ano em termos de artes cênicas no Estado do Rio Grande do Sul.</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A união da música com as exibições de imagens de arquivo em vídeo vale destaque especial por, de forma simbólica, celebrar a união entre narração e documentário. Executadas pela Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, regidas por Antônio Borges-Cunha, orquestradas por Wagner Cunha, as músicas compostas/organizadas por Hique Gomez embalaram os discursos, deram recheio às emoções despertas e força para a reflexão sobre aquele momento em relação ao momento atual. O momento de ouro da encenação, claro, é a interpretação do <a href="http://www.youtube.com/watch?v=_aQaWVFdF0w&feature=related">Hino da Legalidade</a>, uma das canções mais bonitas e marcantes da história do país. O vídeocenário, cujo mérito principal é de Carla Joner, teve importância fundamental na construção do sentido pelo seu caráter ilustrativo-narrativo: reconhecemos os personagens como figuras reais da história do país, lemos notícias veiculadas realmente pela mídia da época e acompanhamos a história através de animações que dão ritmo à narrativa.</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao fundo, o Palácio Piratini, cenário real dos acontecimentos contados artisticamente nesse espetáculo. Apesar de sua importância, essa manifesta também pela sua imponência à Praça da Matriz, eis nele o elemento menos importante. Fica aí, então, o convite, o pedido e o estímulo às viagens que essa produção deve fazer pelo interior do Estado, cidades que, embora não tenha Palácios Piratinis, não são menos gaúchas que Porto Alegre. Não só pelas informações históricas, uma produção desse tipo precisa oferecer mais oportunidades para o público de evidenciar o quão talentosos são nossos artistas e técnicos e o qual potente é o ensinamento deixado pelos militantes da Legalidade para as gerações de hoje. </div>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-15788213414350600392011-09-02T12:46:00.000-07:002011-09-02T12:51:49.860-07:00Lady Macbeth<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-X1f7gmxD8NE/TmEyfDr_jrI/AAAAAAAABvM/omfurGirYa4/s1600/lady+macbeth.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-X1f7gmxD8NE/TmEyfDr_jrI/AAAAAAAABvM/omfurGirYa4/s1600/lady+macbeth.jpg" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Luciane Pires Ferreira (que tem feito fotos fantásticas da cena teatral gaúcha)</span><br />
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<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: x-large;">Qualidade desde o início </span></b><br />
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Limpar as mãos em arte, além dos sentidos narrativos e denotativos, oferece ao espectador atento duas possibilidades de significação: Pilatos e Lady Macbeth. As duas têm, em resumo, o mesmo sentido codificado: apagar o mal feito. Pilatos se eximia da culpa de condenar Jesus à crucificação. Lady Macbeth tentava, sem sucesso, afastar de si a culpa pela morte do Rei. Olhando para as próprias mãos, ambos vêem um sangue que, de fato, não existe. Um significado sem um significante aparente. Assim, nesse (des)contexto semiótico, pode ser encontrada uma chave de análise da versão cênica para o conto de <a href="http://infernoriscadoagiz.wordpress.com/">Vinícius Canhoto</a> “A gravidez de Lady Macbeth”. Em cena, as figuras e as situações propostas fogem constantemente à percepção do público, isto é, quando você acha que sabe do que se está falando, o assunto já é outro. <br />
<br />
Antes de iniciar a análise da encenação, é preciso que se abra um parêntese elogioso à produção. “Lady Macbeth” é um espetáculo teatral que ocupou em sua temporada um espaço público na Usina do Gasômetro, centro cultural do município de Porto Alegre. Teve divulgação na mídia virtual e impressa e não fez apresentações gratuitas, ou seja, dividiu espaço com produções e artistas profissionais no mercado. Sabe-se, no entanto, que é uma produção estudantil. Por que? Porque corretamente se anuncia como tal quando inclui na sua divulgação a informação: “Estágio de Atuação 1 de Ingrid Bononi”. Dessa forma, ninguém poderá honestamente avaliar o espetáculo sem considerar a inexperiência da atriz. Não ter experiência não é defeito, não é desqualificação, não é mal. Mas vender um espetáculo, anunciar uma interpretação como profissional quando, na verdade, não é esse o caso, isso, sim, é desonesto e não-recomendável. Numa cidade em que as oficinas e os cursos de formação de atores felizmente estão cheios, o espectador desatento, muitas vezes, tem dificuldade de driblar a prejudicial e capciosa intenção de certas produções de vender “gatos” por “lebres”. A consequência negativa disso é fazer crer o espectador raro de que o “teatro feito aqui” é ruim, isto é, estimular a preferência do público a espetáculos trazidos de fora. “Lady Macbeth” teria uma avaliação negativa se fosse analisado como profissional. Uma vez que se sabe que a atriz Ingrid Bonini e a diretora Franciele Aguiar ainda estão em processo de formação, dá-se muito maior valor para as intenções do que para as marcas concretas. E, pela forma honrosa e humilde com que investem no mercado estabelecido, merecem elogios desde já. <br />
<br />
Uma vez que o texto de Canhoto é fundamentado a partir de um jogo de imagens em que o leitor entra e sai de universos narrativos diferentes constantemente, pode-se dizer que o desafio de torná-lo cênico é grande. É correta a afirmação de que, quando um texto funciona muito bem enquanto literatura, será difícil fazê-lo ter o mesmo bom desempenho em outra atualização artística, no caso, o teatro. Se, ao ler, o leitor tem diante dos olhos apenas palavras e frases, ao assistir, o espectador de teatro percebe as palavras e as frases ditas, mas também o movimento, a respiração, a tonalidade da voz, os elementos plásticos, a música. Arregimentar esses diferentes signos numa só estrutura torna-se uma possibilidade a mais de dispersão, nesse caso, já indicada no texto de Canhoto, que “pula” de Macbeth, para Joana D’Arc e Dom Quixote de La Mancha, entre outros. As escolhas cênicas são bem sucedidas: espelhos quebrados, espaço iluminado recortadamente, intenções interpretativas que não se mantêm. Ingrid Bonini se apresenta como uma figura muito forte em cena e que, nesse início de carreira, deixa prever coragem, empenho e bom equilíbrio entre talento e técnica. <br />
<br />
A direção de Franciele Aguiar é bastante pontual: não há nenhum elemento fora do lugar ou que permita pensar que acontece em cena sem planejamento prévio. A cena teatral porto-alegrense parece, assim, ganhar mais um nome que positivamente se preocupa com os mínimos detalhes e, de forma consciente, não ousa oferecer algo ao público que não seja digno da capital que todos amamos. <br />
<br />
Ao construir uma cena em que o espectador fica na desconfortável situação de não saber sobre o que se está falando, a produção consegue bons resultados pela forma como viabiliza a proposta mais do que pela proposta em si. Não é mais fácil propor algo tão fluído como “Lady Macbeth” se pensarmos em todos os elementos envolvidos. Dessa conclusão, só se pode identificar essa montagem como bem sucedida e merecedora dos aplausos ganhos. <br />
<br />
* <br />
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<b>Ficha técnica: </b><br />
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Baseado na obra "A gravidez de Lady Macbeth", de Vinícius Canhoto <br />
Estágio de atuação 1 de Ingrid Bonini <br />
Participação de Giulia Maciel <br />
Orientação: Inês Marocco <br />
Direção, iluminação e operação de som: Franciele Aguiar <br />
Cenografia e figurinos: Ingrid Bonini e Franciele Aguiar <br />
Preparação vocal: Márcia DonadelRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-44574128873446537272011-08-28T14:37:00.000-07:002011-08-30T11:09:14.090-07:00Exercício sobre a cegueira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-lhWj8s22mIk/Tlq0hDhOh5I/AAAAAAAABvE/UiD43lRpbdE/s1600/exercicio+sobre+a+cegueira.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="220" src="http://4.bp.blogspot.com/-lhWj8s22mIk/Tlq0hDhOh5I/AAAAAAAABvE/UiD43lRpbdE/s320/exercicio+sobre+a+cegueira.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-size: xx-small;">Foto: Vilmar Carvalho </span><br />
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<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: x-large;">O simples complicado </span></b><br />
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“<a href="http://www.youtube.com/watch?v=gf4QndOxItg">Exercício sobre a cegueira</a>” não tem relação direta com o “Ensaio sobre a cegueira”, conhecido romance de José Saramago, recentemente levado às telas. A nova produção da Cia. Teatro Face & Carretos é uma versão adaptada do texto “<a href="http://deficienciavisual9.com.sapo.pt/r-Os_Cegos-Ghelderode.htm">Os Cegos</a>”, do belga Michel de Ghelderode (1898-1962), quase desconhecido no Brasil. Atualizando o tom sombrio, moralista e misterioso presente nos mais de sessenta textos desse autor, a parábola foi inspirada nos quadros do pintor seiscentista Pieter Bruegel, o Velho, em especial “<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBMjUa783SjCAURgqoDOH3PIVJTsh6RSN2P4xGu9hjM9rS7UKbjx1Dz_oJUt374wgdghElnAc6eZPCrZuwn3eHt7Q6eLqYUImqKeWbjbMzMHXvBKhSYs4Bl1Qb8T-qsdYeWj4msaAxnzr-/s1600/la+parabole+des+aveugles.jpg">Parábola dos Cegos</a>”, de 1568. Três cegos estão a caminho de Roma. Depois de semanas caminhando, já cansados, acham que estão próximos do Vaticano, onde esperam ver o Santo Padre que irá curá-los. Um homem caolho, que os vê dar voltas sem sair do lugar, adverte-os da triste realidade. As máximas “Pior cego é aquele que não quer ver” e “Em terra de cegos, quem tem um olho é Rei” são os fios condutores dessa história. No Evangelho de Lucas, consta outra máxima provavelmente útil ao dramaturgo e ao diretor: “Jesus contou uma parábola aos discípulos: Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?” (Lc 6,39) <br />
<br />
O espetáculo dirigido por Camilo de Lélis surge a partir de um curso de direção ministrado em 2010, segundo consta no programa entregue na entrada do teatro. A inexperiência de três dos quatro atores do elenco, no entanto, é negativamente visível, independente dessa informação. Leandro Schimitt, Paulo Resendez e Davi Borba executam as marcações perfeitamente, dizem o texto sem errar as falas e exploram os diferentes níveis do espaço, conferindo mérito ao experiente diretor, responsável pelo desenho da cena. Apesar disso, durante todo o tempo da representação, não vemos suas ações sendo corporalizadas, as interpretações não são críveis e, por vezes, elas exibem um histrionismo exagerado que se torna inadequado sobretudo quando se pautam por referências à sexo. A sensação que o espectador sente de que o ator está “fazendo de conta” que está sentindo algo que, na verdade, não sente vem do excesso de gestos, da força manifesta em despertar o riso, do emprego de ações que “puxem o foco”. O distanciamento visível entre o ator e o personagem é bem vindo em alguns gêneros narrativos. Esse, no entanto, não é o caso da parábola, sistema que precisa da catarse para se estabelecer. Se o espectador não acredita nos personagens, não consegue se desvencilhar momentaneamente de si. A reflexão proposta só acontecerá quando o espectador retorna não seu ponto de vista de origem com a nova informação. Em “Exercício sobre a cegueira”, são poucos os momentos em que há o convite para deixarmos de ver teatro no teatro. <br />
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Os melhores momentos da peça estão nos solos de João França, ator que interpreta o “Caolho”. As palavras soam naturais na assistência, o discurso se estabelece em vários elementos (tom da voz, pausas, ritmo, gestos), de forma que é possível acreditar-lhe. Não se pode deixar de destacar também o interessante uso que se faz da trilha sonora. A bela canção “<a href="http://www.youtube.com/watch?v=mMszhdPbB1o">Michael row the boat ashore</a>”, registrada pela primeira vez na guerra civil americana (1861-1865), que, no Brasil, é cantada pelos católicos à refeição (“Ao Senhor oferecemos/agradecemos, Aleluia, o alimento que teremos/tivemos, Aleluia!”), torna-se ferramenta útil para expressar: a) a religiosidade dos personagens que querem ser curados, e, talvez, sua cegueira não-física; b) o movimento de dar voltas e mais voltas no mesmo lugar sem nunca se afastar muito do ponto de origem. Ainda, entre os aspectos positivos, deve ser citada a criação de luz de Maurício Moura que, num espaço não cenografado, adquire importância e responsabilidade ainda maiores. Moura produz uma ambientação pontual que, pelo jogo, dá ritmo à narrativa de Camilo de Lélis e seus atores. <br />
<br />
“Exercício sobre a cegueira” é um espetáculo simples que parece ter sido complicado negativamente pelo acréscimo de comédia e pelo aparente rebuscamento das interpretações. A opção por figurinos contemporâneos, à guisa das roupas em estilo medieval, mais comuns em outras montagens desse texto, é, de forma positiva, uma atitude no sentido de preencher de possibilidades significativas o texto literário. Assim, a Cia. Teatral Face & Carretos, um dos grupos mais importantes da história do teatro gaúcho, reafirma a sua volta, mas também seu empenho em propor produções cuja qualidade é inegável. <br />
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* <br />
<br />
<b>Ficha técnica: </b><br />
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Direção, adaptação, figurinos e adereços: Camilo de Lélis <br />
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Elenco: <br />
Leandro Schimitt <br />
Rodrigo “Kão” Rocha <br />
Davi Borba <br />
João França <br />
Paulo Resendez (stand by)<br />
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Criação de Luz: Maurício Moura <br />
Efeitos Sonoros: João França <br />
Estágio em direção: Cléia Bertinetti e Bernardo Vieira <br />
Realização: Cia Teatral Face & Carretos <br />
Produção: Gemini Tauros Produções ArtísticasRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-56017718257248747252011-08-24T11:22:00.000-07:002011-08-24T12:53:10.056-07:00Tartufo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-NWMeYdENAKQ/TlVA9-ufuII/AAAAAAAABtk/bljQ9LhLXtE/s1600/tartufo-por-jorge-scherer-01.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="190" src="http://1.bp.blogspot.com/-NWMeYdENAKQ/TlVA9-ufuII/AAAAAAAABtk/bljQ9LhLXtE/s320/tartufo-por-jorge-scherer-01.jpg" width="320" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Foto: Jorge Scherer</span><br />
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<span class="Apple-style-span" style="color: #38761d; font-size: x-large;"><b>O Grupo Farsa volta à Farsa! </b></span><br />
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E são bem vindos! “Tartufo” é o segundo espetáculo da trilogia “As três batidas de Molière”, que começou com “<a href="http://teatropoa.blogspot.com/2009/08/o-avarento.html">O Avarento</a>” e terminará com “O doente imaginário”, espetáculo que celebrará os dez anos de atividades desse grupo que se caracteriza por produções extremamente bem cuidadas. Não há espetáculo do <a href="http://www.gfarsa.blogspot.com/">Grupo Farsa</a> sem programa, sem pessoas que te recepcionem bem à portaria, sem divulgação ampla, sem projetos paralelos que acrescentem à classe artística portoalegrense e aqueles envolvidos com ela. “Tartufo” pode não ser o melhor espetáculo da companhia, mas fica bem próximo do saudoso “<a href="http://teatropoa.blogspot.com/2010/12/roupa-nova-do-rei.html">A Roupa Nova do Rei</a>.” Eis novamente uma Farsa! <br />
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O gênero farsa, que, embora dê nome ao Grupo, não é sua prisão, é o que melhor organiza os sentidos numa peça de Molière, como aqui, mais uma vez, é o caso. Na produção dirigida por Gilberto Fonseca, muitos elementos que fazem parte do repertório do gênero foram aproveitados a começar pelas construções de personagem. Em Ariane Guerra (a empregada Dorina), Marcos Chaves (Oregon, o dono da casa) e Laura Leão (a mãe de Oregon), as melhores construções em cena, é possível identificar a máscara farsesca, elemento que mais proporciona ao público o riso, a comédia, a piada em montagens desse tipo. Os três atores, ao carregar suas “tintas” em movimentos compartimentados (num simples gesto de mão, facilmente se reconhece vários estágios previamente planejados), deslocam os personagens do realismo, do público, e , com isso, instauram, uma realidade narrativa que acontece em dois níveis: o nível do personagem e o nível do ator. Ao espectador é dado ver, assim, Guerra e Dorina, ao mesmo tempo, em cena, num duelo cômico tão rico na farsa molineresca. Laura Leão ri de sua personagem, se diverte com ela e nos deixa livres para pensar que a Mãe que ela interpreta reprova a atriz. Os personagens de tão codificados (a empregada enxerida, o patrão ingênuo, a sogra fanática) se reproduzem no universo cultural de diferentes lugares e histórias ao longo do tempo, sempre sendo fonte de muitas anedotas contadas de pai para filho,de quadro em quadro, de romance em romance. Guerra, Chaves e Leão não perdem oportunidades de se exercitar, de nos divertir e, sobretudo, de se divertir. Quando isso fica claro para o público, a plateia responde ao riso sem fazer força. Apesar de alguns momentos de exceção, Tefa Polidoro (A filha de Oregon ou “a mocinha”da história) e Carlos Azevedo (o cunhado de Oregon ou “o cunhado aproveitador”) acompanham o trio e conseguem, assim, grandes momentos. <br />
<br />
Em termos de encenação, Gilberto Fonseca dá duas contribuições ao gênero, particularizando a produção. Uma delas diz respeito à interpretação de Elison Couto ao personagem protagonista. O Tartufo de Couto/Fonseca ultrapassa o realismo e é apresentado quase sem expressão, muito próximo do neutro e seria possível dizer, embora se saiba impossível, que não há teatralidade nele. A negação da máscara torna-se sua afirmação e é como se a peça dissesse à assistência: “esse personagem pode ser encontrado, assim como ele está, entre vocês!” – o que é extremamente rico. O jogo que a produção estabelece com a produção de “O Avarento”, cujo protagonista Harpagão também foi interpretado por Elison Couto, garante gargalhadas, atinge o alvo em cheio, é diversão pura. Os movimentos, como apontado acima, bastante neutros não escapam a uma certa malícia própria do discurso verbal do personagem. O resultado é sarcasmo: chave para o conflito que o personagem propõe à situação dramática. Tartufo é um enganador que é acolhido por Oregon, que vê nele uma espécie de novo profeta, um homem cujas palavras devem ser ouvidas e postas em práticas com cega devoção. A vida dupla de Tartufo na casa de Oregon encontra paralelo na vida dupla de sua concretização cênica: personagem e ator convivem na cena farsesca, o que, séculos depois, será politicamente rediscutido no distanciamento brechtiano. Mas se, em Brecht, causa reflexão, em Molière, por primeiro, causa riso. Fonseca e a maior parte do seu elenco consegue isso. Os senões estão em Lúcia Bendati, Plínio Marcos Rodrigues, Vinícius Meneguzzi e Bruno Hypólito que exibem construções realistas e, por isso, não exploram a farsa a consenso. <br />
<br />
Outra grande contribuição dessa produção ao repertório de Molière está a profícua aproximação do texto “Tartufo” com o universo das igrejas evangélicas/renovação carismática católica. As músicas iniciais, por explorar as possibilidades desse arcabouço estético, investem na ironia, na brincadeira séria, na crítica. Lembrando o quadro “Tim Tones”, personagem de Chico Anysio, a plateia se diverte, sobretudo na cena do “Vamos passar a sacolinha”. Uma vez que a adaptação do texto é recheada de palavrões, as cenas musicadas, com exceção das duas últimas, se afastam das comportadas marcações vistas em “O Avarento” e dão ao todo um saldo extremamente positivo. <br />
<br />
A concepção estética que traz os personagens, em termos de figurino (Daniel Lion), ao século XX, também é positiva por proporcionar ao espectador o aprofundamento do nível de linguagem, isto é, permite pensar na produção como alusiva à hipocrisia da classe média contemporânea. Em questão, está o julgar pelas aparências, a fé desmedida, a corrupção, temas que, em tudo, encontram resposta nos elementos estéticos escolhidos, sejam eles plásticos, como o caso do figurino, ou da ordem do movimento e do conjunto da interpretação. As repetidas e, por isso, positivas ocasiões de convergência fazem de “Tartufo” um espetáculo que merece ser assistido e valorizado pelo bom público gaúcho e, quiçá, de outras paragens. <br />
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<div>Ficha técnica: <br />
A partir da obra de Moliére <br />
Direção: Gilberto Fonseca <br />
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Elenco: <br />
Elison Couto <br />
Ariane Guerra <br />
Carlos Azevedo <br />
Laura Leão <br />
Lúcia Bendati <br />
Marcos Chaves <br />
Plínio Marcos Rodrigues <br />
Tefa Polidoro <br />
Vinícius Meneguzzi <br />
Bruno Hypólito <br />
<br />
Assistência de Direção: João Pedro Madureira <br />
Stand by: Fernanda Petit <br />
Figurinos: Daniel Lion <br />
Trilha Sonora, Preparação Vocal e Direção Musical: Marcos Chaves <br />
Banda Cênica: Rimel in color <br />
Iluminação: Gilberto Fonseca e Carlos Azevedo <br />
Cabelos e Maquiagem: Elison Couto <br />
Produção: André Oliveira e Rodrigo Ruiz <br />
Assessoria de Imprensa: Sandra Alencar </div>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-56269038928001161952011-08-22T12:03:00.000-07:002011-08-22T14:04:25.286-07:00Um verdadeiro cowboy<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-De0f2aSAV68/TlKnlm5_T9I/AAAAAAAABtc/ePYYWB33FWA/s1600/cowboy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="http://4.bp.blogspot.com/-De0f2aSAV68/TlKnlm5_T9I/AAAAAAAABtc/ePYYWB33FWA/s320/cowboy.jpg" width="320" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Kiran </span><br />
<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Para quem não conhece Roberto Oliveira </span></b><br />
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Texto vencedor do Prêmio Carlos Carvalho de Dramaturgia em 2006 (2º lugar), a montagem de “<a href="http://umverdadeirocowboy.blogspot.com/">Um verdadeiro cowboy</a>”, da paulista radicada na Espanha Marilia Samper, não ganhou o Prêmio Auxílio Montagem do Júri indicado pela Coordenação de Artes Cênicas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A produção marca os 35 anos de carreira de Roberto Oliveira e os 15 anos do Depósito de Teatro, um dos grupos mais importantes da capital gaúcha. Nada disso precisa saber, no entanto, quem entra no teatro e vê o ator sentado sob o refletor com o controle remoto em mãos e o volume da TV bastante alto. Não há nada externo ao espetáculo que o espectador precisa conhecer para ser “pego” por ele quando ele é bom. A análise a seguir se sustenta apenas nos elementos internos à obra. Informações adicionais são meros souvenirs para quem não está envolvido com produção teatral, ou seja, o grande púbico. <br />
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O texto é simples e expressa uma situação dramática previsível, o que nos leva a entender que a importância não está na narrativa, mas nas relações que se estabelecem entre os personagens. As figuras de “Um verdadeiro cowboy” se modificam de acordo com quem está com elas na cena, como um espelho que tem a aparência de quem olha para ele. E como se houvesse várias versões diferentes do personagem Pai: um diante da Filha, outra diante do Cowboy, outra diante de Marilyn, outra diante do Médico e outra diante da Esposa. Com a personagem da Filha, acontece o mesmo: há uma diante do Pai e outra diante do Médico, o que nos permite pensar que toda a encenação dirigida por Liane Venturella pode ser lida a partir desse princípio lúdico de identificação: se um personagem é A, o outro é B, de forma que, por princípio, não há construções inteiramente fixas. <br />
<br />
Roberto Oliveira providencia ao seu público um momento raro e, por isso, precioso de excelência em interpretação. Com coragem, o ator enfrenta o estereótipo do idoso sem medo. Esse Pai, sim, se arrasta, fala com chiados e tem movimentos lentos e trêmulos, elementos esses muitas vezes sugeridos pelo código já fixado. O particular está no uso desses elementos pelo espetáculo: o olhar de Oliveira que investe a plateia de responsabilidades, o lábio inferior projetado para a frente, que garante fisicamente uma justificativa para o falar característico são dois entre muitos exemplos. O ritmo da respiração explica a lentidão dos passos. Em cada detalhe, Oliveira inscreve uma nova afirmação sobre o seu personagem, ato esse que confere ao todo a prazerosa segurança de que o público precisa para reconhecer suas nuances no desenrolar das cenas. O senhor cansado e depressivo com a Filha, não é o mesmo senhor vibrante e infantil com o Cowboy. A situação de inferioridade no primeiro caso é uma reação à superioridade oposta. A igualdade no segundo momento vem do ambiente alegre assim sugerido. De forma aparentemente natural, o espectador se deixa levar por esses jogos e se encanta, em catarse, com a capacidade inevitável do homem de se multiplicar em si mesmo. <br />
<br />
Marcelo Johann e Elisa Heidrich interpretam o Cowboy John Wayne e a Filha respectivamente. Com funções coadjuvantes, ambos atores têm, por isso, menos oportunidades que Roberto Oliveira na peça para mostrar sua técnica e seu talento. Os resultados que conseguem, no entanto, não são um pouco que seja menos positivos. <br />
<br />
Johann interpreta um personagem hollywoodiano bastante forte no imaginário coletivo. Como Oliveira, o jovem ator tem em mãos um estereótipo para vencer como desafio nesse trabalho. Mas, também dirigido por Venturella, investe, avança e nos proporciona grandes momentos. Seus ombros sempre em diagonal, o quadril para a frente, o olhar calculado de quem sabe para onde está olhando porque planejou esse olhar: o Cowboy é campo livre e tranqüilo onde todos nós podemos deixar nossa imaginação fluir, o que também acontece quando na entrada da personagem Marilyn Monroe, construção de Heidrich, cuja qualidade da voz surpreende e encanta. São nesses Oásis em que o Pai, protagonista, irá se aventurar, nos divertir e nos fazer enternercer. <br />
<br />
A personagem Filha aparece como o exato oposto dessas duas últimas construções: ela é nervosa, instável e pesada. Seus movimentos são imprecisos, sua voz é cortante, seu olhar é inquisitivo. Num determinado momento, o texto traz a palavra “estorvo”. A morte, a doença, a sujeira são os estorvos da vida dessa mulher, construída pela atriz Elisa Heidrich, que vê nessa situação a resposta contrária ao que tinha planejado para si. Sua presença em cena é como o sino que anuncia que o recreio acabou, cumprindo, assim, exata e perfeitamente o seu papel na narrativa, que se mostra como apontado no início voltada mais pela configuração dos personagens do que pela história que conta. <br />
<br />
“Um verdadeiro cowboy”, ao tratar do abandono, da velhice, da morte, das relações familiares e do prazer em viver, emociona o seu público, agrada os entendidos, surpreende os ingênuos. A todos deixa o direito de pensar sobre si e sobre a vida e seus personagens que nela habitam, usando, para isso, uma história simples, três figuras simples, elementos visuais simples. O aplauso é um dever que se cumpre como quem goza um direito.<br />
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FICHA TÉCNICA<br />
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Texto: Marília Samper <br />
Direção: Liane Venturella <br />
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Elenco: Roberto Oliveira, Elisa Heidrich e Marcelo Johann<br />
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Figurinos: Liane Venturella<br />
Edição de som e imagem: Álvaro RosaCosta<br />
Produção: Francine KliemannRodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7254131431216418749.post-76369363569281647652011-08-01T20:21:00.000-07:002011-08-01T22:31:50.935-07:00Breves Entrevistas com Homens Hediondos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihYuv53KsizktUncu_h3mtCML2J2Smbr7nVAXm3ozRHPbgIXizX6GpvL1OA6x3vMchouLxa75yBO0fe7N1ml5PF3jyQ1YxdiqW7wOUuh8FoYx8qvkWCM32BTwgxVLnRwsL3TipX4KPJjU/s1600/breves+entrevistas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihYuv53KsizktUncu_h3mtCML2J2Smbr7nVAXm3ozRHPbgIXizX6GpvL1OA6x3vMchouLxa75yBO0fe7N1ml5PF3jyQ1YxdiqW7wOUuh8FoYx8qvkWCM32BTwgxVLnRwsL3TipX4KPJjU/s320/breves+entrevistas.jpg" width="320" /></a></div><br />
<span style="font-size: xx-small;">Foto: Marina Fujiname</span><br />
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<b style="color: #38761d;"><span style="font-size: large;">Quando Daniel Colin protagoniza</span></b><br />
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“<a href="http://www.youtube.com/watch?v=taOHCLhd0-Y">Breves Entrevistas com Homens Hediondos</a>” é a nova produção do <a href="http://teatrosarcaustico.blogspot.com/">Grupo Sarcáustico</a>, companhia responsável por “<a href="http://teatropoa.blogspot.com/search/label/Wonderland%20e%20o%20que%20M%20Jackson%20encontrou%20por%20l%C3%A1">Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá</a>”, espetáculo vencedor de cinco indicações e quatro troféus Açorianos, entre eles, o de Melhor Espetáculo de 2010. A peça é uma adaptação de Daniel Colin e de Felipe Vieira de Galisteo, com direção geral do primeiro, da coletânea homônima de contos de David Foster Wallace (1962-2008). A produção, conseqüência do <a href="http://www.teatrodearena.com/">Prêmio de Incentivo à Pesquisa Teatral no Teatro de Arena 2011</a>, apresenta-se como resultado de um trabalho em conjunto de direção. Nos diferentes quadros, o papel de diretor se alterna de forma que os quatro atores – Daniel Colin, Guadalupe Casal, Ricardo Zigomático e Rossendo Rodrigues – são ora atores, ora diretores. Trata-se, assim, de uma sucessão de quadros que respeita o universo do contista. Dos oito quadros, três se destacam positivamente. <br />
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<b>“Como conseguir uma xoxota em 5 estágios” </b><br />
Sob a direção de Daniel Colin, Rossendo Rodrigues inicia o teatro em “Breves Entrevistas” com a elogiável interpretação de um homem que seduz mulheres chamando a atenção para uma deficiência física: ele não tem um dos antebraços. Ao narrar seus “truques” para conseguir sexo, o ator, que simplesmente mantém suas mãos postas sobre os joelhos, seduz a plateia que, facilmente, cai em seus “encantos”. Rodrigues está, durante todo o período da encenação, sentado e pouco se mexe. É na voz e no jogo de tons que ele atinge o seu objetivo, sucesso esse que coloca essa cena entre um dos melhores acontecimentos da noite. A luz sobre ele, igualmente muito positiva, junto das grades ao fundo, constrói um universo de submundo que acabará por ser muito interessante ao longo de todo o espetáculo. Com essa cena, o espectador entra no clima sombrio e sórdido, preparado para encontrar-se com “homens hediondos”. <br />
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<b>“A Mulher Pós-Feminista” </b><br />
Sucedendo o início do espetáculo, algumas cenas (cujos nomes eu não consegui localizar no programa) construídas a partir de cansativos textos sobre sexo, relações sexuais, poder, machismo x feminismo, fazem “Breves Entrevistas” cheirar a espetáculos comerciais de baixa qualidade e valor estético duvidoso. Entre elas, a proposta do Grupo Sarcáustico de promover um espetáculo interativo em que o público escolhe uma entre duas cenas que deseja ver. <br />
Na crítica de outros espetáculos da mesma companhia, eu já havia apontado um traço negativamente característico de suas produções: um desapego marcado entre a forma e o conteúdo. Aqui, a proposta de interatividade é mais um exemplo. “Breves Entrevistas com Homens Hediondos” não tem absolutamente nenhuma relação com a interatividade, com participação, com o clima leve e democrático necessário para o adequado estabelecimento desse tipo de exercício narrativo/fruitivo. Ao contrário, cena após cena, entrevista após entrevista, com o público, se consolida a ideia naturalista de sufocamento, como se os homens fossem comparados aos animais, em que o predomínio do instinto esbarra com a racionalidade civilizada do mundo sociável. Os personagens, afinal, não são sociáveis, não são respeitosos, não são democráticos. A interatividade é, assim, mais um resultado de uma vontade do grupo em construir um espetáculo com esse tipo de característica sem que haja ou, pelo menos, fique visível, a relação entre ela e o que a peça está realmente querendo dizer. Em outras palavras, porque escrever bem não é simplesmente justapor palavras quaisquer, acho difícil um bom espetáculo partir de exercícios quaisquer como é o caso da proposta desse jogo que, afinal, se perde. <br />
Mas eis que Guadalupe Casal entra em cena diante desse marasmo estético e inicia um discurso tedioso sobre o feminismo, as vontades das mulheres, seus desejos em relação os homens e às relações. Aos seus pés, um pouco mais distantes, estabelecendo uma relação triangular, estão Daniel Colin e Ricardo Zigomático. É, então, que, dirigidos por Rossendo Rodrigues, os dois atores estabelecem um jogo de oposição entre si em relação à atriz, situação essa que é rica e, por isso, bastante interessante. <br />
A cena é simples: os dois homens brigam pela mulher. Ou melhor: dois machos brigam pela fêmea. O animalismo irracional retorna à cena e é construído a partir do teatro. Os atores brigam, disputam, correm, se batem, duelam pela atriz que, em sua personagem, os domina quase sempre, excetuando as vezes em que se deixa levar por si própria e por eles. Texto e atitudes se opõem, concordam, se equiparam. A cena tem ritmo, tem força, movimenta a roda da narrativa e o faz de forma convergente.A crítica, a força do texto de Wallace aparece novamente.<br />
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<b>“Um Homem em Busca de Sentido” </b><br />
“Incomunicabilissimamente” (direção de Ricardo Zigomático, com Guadalupe Casal e Rossendo Rodrigues) e “Vitória para as Forças da Liberdade Democrática” (direção de Daniel Colin, com Rossendo Rodrigues) são duas cenas que acontecem em momentos mais próximos do fim de “Breves Entrevistas com Homens Hediondos”. Entremeadas por novas e prejudiciais sequências desprovidas de ação e cheias de teses sobre a relação entre homem e mulher, essas duas em destaque, num curto espaço de tempo, trazem o espectador de volta aos bons motivos que o Grupo Sarcáustico podem oferecer ao seu público. Na primeira, Rodrigues e Casal interpretam dois personagens falando um em inglês e a outra em espanhol. Eles dançam, seduzem-se. A relação evolui, se modifica, se enriquece, se critica. Na segunda, Rodrigues interpreta um homem com dificuldades de se concentrar na hora do sexo. Ele está dentro de uma gaiola, de forma que o cenário corrobora com a situação dramática, tornando potente o significado. A comunicação com o outro e consigo próprio, num ambiente individualista e de solidão, concorda com o espetáculo cujos personagens centrais parecem estar desamparados em meio às próprias situações. Alguns momentos de escape se mostram falsos e, por isso, cruéis com esses “homens” que, devido a sua humanidade, essa friamente exposta, acabam por não parecer tão hediondos. Uma dúvida paira no ar. E, então, o espetáculo chega ao seu final. <br />
Em “Um Homem em Busca de Sentido”, Daniel Colin se mostra como um excelente ator, um dos melhores do nosso estado. Na cena, ele está sozinho, único e, por isso, encontra-se pleno para mostrar a sua técnica e o seu talento. Depois de tantas vezes assisti-lo e, em várias ocasiões, ter me dedicado a escrever sobre ele, percebo, a partir desses outros trabalhos, mas, sobretudo, por sua atuação em “Breves Entrevistas”, que Colin mostra dificuldades em ser um personagem coadjuvante, “puxando o foco” constantemente para si, tornando difícil para o espectador prestar a atenção no protagonista da cena quando ele está próximo. Na última cena, no entanto, isso não acontece porque ele é o protagonista. Nesse caso, quem ganha somos nós. <br />
O texto de Wallace traz um novo ponto de vista sobre fatos tidos como dogmáticos. O holocausto é um exemplo. Seria possível pensá-lo positivamente? Quando o personagem interpretado por Daniel Colin, na cena dirigida por Guadalupe Casal, começa a investir nesse questionamento e em outros similares ou, talvez, mais profundos, o espectador é convidado a voltar para o submundo que, talvez por um certo cansaço, abandonou logo depois da cena inicial. Há, finalmente, conteúdo “dos bons” sendo tratado, em detrimento das mornas discussões sobre sexo, sobre homem e sobre mulher e suas relações. É, também, nessa cena que David Foster Wallace, até então mostrado quase que apenas pela sua capacidade de escrever palavrões e por pôr seus personagens em situações sombrias (como tantos outros já o fizeram), é apresentado em profundidade. Colin, em sua belíssima interpretação, não nos deixa tempo para pensar em nós, não nos dá chances para lembrar de Wallace e nem mesmo permite que lembremos do teatro. Com olhar a girar sobre a audiência e sobre si próprio, o ator prende a nossa atenção e faz com que nos doemos mais rapidamente do que ele próprio se doa. Por ter ficado imanente qualquer reflexão sobre nós próprios, sobre Wallace e sobre o teatro, é que, finda a cena, a avalanche catártica ganha lugar e força. Colin varia as tensões, percorre o espaço que, nesse momento, é reconstruído de forma a expressar plasticamente a desconstrução do mundo de que o personagem fala em sua entrevista. Sobre tudo, a cena desconstrói o horror que sobrou nos personagens que vieram antes do de Colin, mesmo que eles só tenham ficado nas intenções. A entrevista está para terminar e muito ficou para ser dito. <br />
Não há jeito de fazer com que um significante fique sem significado. Uma vez significante, sempre haverá para ele um significado. O homem que busca o sentido, na verdade, procura outro sentido. Nas “Breves Entrevistas”, faltam mais buscas para que todas tenham a mesma força sígnica dessa última. <br />
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<b>Ficha técnica: </b><br />
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Dramaturgistas: Daniel Colin e Felipe Vieira de Galisteo <br />
Direção geral: Daniel Colin <br />
Direção das entrevistas, concepção e atuação: Daniel Colin, Guadalupe Casal, Ricardo Zigomático, e Rossendo Rodrigues. <br />
Atriz especialmente convidada: Tatiana Mielczarski <br />
Cenário: Eder Ramos e Ricardo Zigomático <br />
Figurinos: Daniel Lion <br />
Iluminação e operação de luz: Carol Zimmer <br />
Operação de luz (stand by): Maíra Prates <br />
Coordenação de Trilha Sonora: Rafael Lopo <br />
Trilha Sonora Pesquisada: Rafael Lopo, Daniel Colin e Ricardo Zigomático <br />
Direção, edição e operação dos vídeos: Thais Fernandes <br />
Design Gráfico: Pedro Gutierres <br />
Cabelos e maquiagem: Márcia Pazzini <br />
Fotografias: Marina Fujiname <br />
Assessoria de imprensa: Bruna Paulin <br />
Coordenação de Produção: Fernanda Marques <br />
Assistência de Produção: Cassiano Fraga <br />
Produção internacional: Simone Buttelli <br />
Realização e Produção Geral: TEATRO SARCAUSTICO<b><span style="color: black; font-size: 36pt;"></span></b>Rodrigo Monteirohttp://www.blogger.com/profile/06579533503746246290noreply@blogger.com0